Transgénicos: Empresa que Quer Realizar Ensaios com Milho Apresenta Novo Projecto

A empresa que pretende realizar os primeiros ensaios com milho transgénico em Portugal decidiu apresentar um novo projecto após o Ministério do Ambiente ter colocado questões aos testes previstos para a região de Lisboa e Ponte da Barca.

Fonte da empresa Pioneer Hi-Bred Sementes de Portugal disse hoje à Agência Lusa que foi decidido “reformular o projecto inicial e apresentar um novo que manterá o mínimo de dois campos de ensaio, não estando ainda definido se serão ou não mantidos os mesmos locais”.

De acordo com a proposta inicial, os testes seriam realizados durante quatro anos em campos agrícolas na região Oeste de Lisboa, na freguesia do Vilar (Cadaval) e Vila Nova de Muia, em Ponte da Barca.

O processo de autorização dos primeiros ensaios com milho geneticamente modificado entrou em discussão pública em Maio do ano passado e em Junho o Ministério do Ambiente colocou questões à empresa que até agora não foram respondidas.

“As questões foram colocadas em Junho quando a data da sementeira do milho é em Março, Abril ou no máximo Maio.

Pareceu-nos que houve uma estratégia para dilatar o prazo de aprovação”, afirmou à Lusa Carlos Teixeira, director- geral da Pioneer Hi-Bred Sementes de Portugal.

“Estamos a cumprir a lei garantindo o isolamento de forma a que não haja fluxo de pólen (para outras culturas) e pretendemos realizar os ensaios com OGM (organismos geneticamente modificados) no âmbito de um processo de investigação europeu”, sustentou.

A Pioneer, que tem conduzido ensaios de campo desde 2003 nas principais regiões produtoras de milho dos Estados Unidos da América, Canadá e Chile espera agora que “o novo projecto”, que será apresentado em breve e para cinco anos (o primeiro seria para concretizar em quatro), responda às questões suscitadas pela tutela.

A empresa tinha efectuado pedidos para testar o comportamento de quatro novas variedades de milho geneticamente modificado em relação a um tipo de herbicida e a sua resistência a pragas.

Segundo o Ministério do Ambiente, não se trata de milho para comercializar, mas de realizar testes com novas variedades de milho transgénico.

A notícia da hipótese dos campos de ensaio se virem a realizar no país conta com a oposição de autarquias visadas no projecto que declararam os seus concelhos como Zonas Livres de Transgénicos alegando prejuízos ambientais e a inevitabilidade da contaminação de outras culturas.

O projecto da Pioneer conta ainda com as maiores reservas da Associação Nacional de Conservação da Natureza – Quercus, para quem os testes mais não pretendem do que “testar a adaptação (dos OGM) ao clima nacional”, com vista à sua produção em Portugal.

Margarida Silva da Quercus sustentou à Lusa a sua afirmação dizendo que se assim não fosse “os testes seriam feitos em França”, país para onde será levado o milho com vista à sua análise em laboratório.

Fonte: Lusa

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