Alimentos transgénicos: Quais as potenciais vantagens para quem os produz e para quem os consome?

Actualmente os transgénicos favorecem essencialmente o agricultor que os produz. Contudo, começam a aparecer algumas variedades que podem vir a ser interessantes para alguns grupos de consumidores, nomeadamente para os que padecem de algum tipo de alergia, intolerância alimentar, ou carências nutricionais. 

Principais vantagens para o produtor

  1. O desenvolvimento de novos tipos de plantas demora menos de metade do tempo requerido pelos métodos tradicionais.
  2. Possibilidade de transferir selectivamente os genes de modo a que se saiba exactamente qual foi a característica introduzida, ao invés do que acontece nos melhoramentos tradicionais em que junto com o(s) gene(s) que confere(m) a(s) característica(s) de interesse se transferem dezenas de milhares de genes de função desconhecida e, por vezes, indesejada.
  3. Possibilidade de transferir genes de espécies não relacionadas.

Alguns exemplos:

  • Plantas mais resistentes a herbicidas
  • Plantas mais resistentes a pragas de insectos
  • Plantas com maior vida comercial (decorrente da alteração do processo de maturação)
  • Plantas que toleram condições ambientais mais agressivas (geadas, secas, solos salinos)
  • Plantas que resistem a vírus, fungos e bactérias
  • Plantas de qualidade aumentada (melhores valor nutritivo, aroma, sabor, mais baixos teores de componentes alérgicos ou indesejáveis)

Principais vantagens para o consumidor

  1. Possibilidade de consumir alimentos com menor alergenicidade
  2. Possibilidade de consumir alimentos com maior riqueza nutricional: maiores teores de proteínas ricas em aminoácidos raros, maiores teores de vitaminas, ou maior eficiência de absorção do ferro
  3. Nos países em desenvolvimento os OGM poderiam dar um contributo para a resolução do problema dos baixos rendimentos das produções agrícolas, uma vez que se podem cultivar variedades modificadas geneticamente de modo a conter características desejadas como a resistência à secura, ao sal, oua doenças. Os objectores ao cultivo de OGM alegam, no entanto, que esta não pode ser considerada uma vantagem para o consumidor, uma vez que nem sempre o aumento da produção de alimentos se traduz numa diminuição da fome.

Alguns exemplos:

  • Amendoins com menor alergenicidade
  • Arroz com maior conteúdo de pró-vitamina A (“arroz dourado”), que poderá contribuir para o combate à cegueira em países em vias de desenvolvimento dependentes de arroz.
  • Tomates com maior conteúdo de vitaminas
  • Tomates que possam amadurecer na planta, mas com maior tempo médio de vida
  • Trigo com níveis mais elevados de ácido fólico, para prevenir a espinha bífida
  • Trigo com níveis mais elevados de fibra, para prevenir o cancro do cólon
  • No futuro poder-se-ão incorporar vacinas em plantas geneticamente modificadas, com o intuito de aumentar a disponibilidade de imunizações nalgumas áreas do mundo mais empobrecidas.

(*) Fonte: Agência Alimentar

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