“Segurança Alimentar é já uma realidade em Portugal”

No âmbito da Conferência “Os desafios da Indústria para o novo Milénio”, realizada ontem pela Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA), todas as instituições representativas do sector foram unânimes em defender que a segurança Alimentar é já uma realidade em Portugal. A adesão de cerca de 90% industriais do sector dos alimentos compostos para animais ao Código de Boas Práticas, o aumento do número de empresas certificadas aliadas à iniciativa e proactividade de todos na adesão das medidas levada a cabo na Europa, são exemplos dessa realidade no nosso país.

Com uma plateia de cerca de 200 pessoas, os diversos oradores nacionais e internacionais do sector agro-alimentar e da indústria de alimentos compostos para animais, foram também unânimes em considerar que todos os esforços levados a cabo por esta indústria têm como objectivo final melhorar a confiança dos consumidores na segurança alimentar.

Além do tema da Segurança na Indústria agro-alimentar e nos Alimentos Compostos para Animais, que foi sem dúvida o centro das atenções, estiveram também em debate a análise da evolução do mercado das matérias-primas, a Competitividade do sector num contexto de reforma da Política Agrícola Comum (PAC) e de negociações por parte da Organização Mundial do Comércio (OMC).

“A rastreabilidade na Indústria Agro-alimentar e nos Alimentos Compostos para Animais” esteve igualmente em foco, bem como os “Desafios e Futuro da Indústria de Alimentos Compostos face às alterações legislativas e de mercado” que contou com a participação de Rui Cavaleiro Azevedo (DG SANCO, Comissão Europeia) e de Martin Tielen (Presidente da FEFAC, Federação Europeia dos Alimentos Compostos para animais).

Segundo o Professor Martin Tielen “este sector, quer em Portugal, quer a nível europeu, tem que ter uma posição cada vez mais proactiva, pois só assim poderá participar no processo de decisão e elaboração das normas que regulam esta indústria, contribuindo de uma forma activa com o seu conhecimento para o processo de regulação.” De destacar ainda a posição do Presidente da FEFAC sobre a necessidade e importância de todos os intervenientes na cadeia alimentar estreitarem relações no sentido de uma maior rastreabilidade de todos os elos desta cadeia, garantindo assim a segurança e protecção dos consumidores.

A Sessão da Tarde iniciou-se com um painel dedicado à “Evolução previsível do Sector dos Alimentos Compostos e da Pecuária face ao impacto da reforma da PAC e das negociações com a OMC”, no qual o Dr. Arlindo Cunha defendeu a criação de um Observatório para avaliação da PAC, de forma a analisar o seu impacto num período de três anos, bem como para corrigir eventuais decisões. A esta intervenção seguiu-se um debate em torno da questão das matérias-primas e das produções pecuárias.

Foi notória a preocupação demonstrada, em ambos os painéis, com a necessidade de garantir às importações de produtos animais provenientes de países terceiros as mesmas regras de segurança alimentar, ambiente e bem-estar animal impostas aos países da União Europeia. Só com esta exigência se poderá assegurar competitividade, evitar a deslocalização de empresas e acima de tudo preservar a confiança e protecção dos consumidores.

De acordo com as conclusões retiradas desta Conferência, e no âmbito da margem de manobra de que Portugal dispõe em termos de regulamentação da PAC, o Governo deve reconhecer a importância e o papel da indústria agro-alimentar no equilíbrio sócio-económico do mundo rural e na ocupação do território, pelo que as medidas ligadas ao desenvolvimento rural devem ser alargadas à indústria agro-alimentar.

Este sector em Portugal, embora muito dinâmico em termos de auto regulação, está ciente da importância e necessidade de uma cada vez maior cooperação e diálogo entre as entidades oficiais e os operadores económicos que intervém em toda a cadeia alimentar. Estas iniciativas permitirão a continuação do desenvolvimento de programas e incentivos que implementem medidas que visem uma maior segurança alimentar, de forma a dar ao consumidor toda a confiança.

O SECTOR DOS ALIMENTOS COMPOSTOS PARA ANIMAIS E A IACA
Com um volume de negócios da ordem dos 1000 milhões de euros e uma produção nacional superior a 4 milhões de toneladas, o sector dos alimentos compostos para animais é o terceiro sector mais importante do panorama agro-alimentar nacional, com um peso de cerca de 10% do volume de negócios, a seguir às indústrias da carne e lacticínios. Sendo uma indústria relativamente recente (o seu aparecimento deu-se no início da década de 60) emprega 4500 pessoas e é essencial para o funcionamento de milhares de explorações pecuárias, agro-pecuárias e matadouros que ocupam dezenas de milhares de empregos, contribuindo de uma forma decisiva para a dinamização da indústria agro-alimentar no nosso país.

Em Portugal, este sector é representado pela – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais, IACA, entidade constituída em 1969 que congrega actualmente 69 empresas.

Fonte: AgroPortal

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