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Os produtores de leite e carne alertaram hoje para os efeitos da seca na região Entre o Douro e Minho, já que se continuar sem “chover significativamente” este mês, esta será a zona mais afectada do país.
“A verificar-se este cenário estará em risco não só a produção de leite, mas também a própria sobrevivência dos animais”, afirmou à agência Lusa o presidente da Associação dos Produtores de Leite e Carne (LEICAR) à margem de uma conferência de imprensa na Póvoa de Varzim.
José Oliveira apelou ao futuro responsável pela pasta da Agricultura para que “não dê como dado absoluto que os problemas da seca só afectem as regiões do Algarve, Alentejo, Beira Interior e Trás-os-Montes, ou seja dois terços do país”.
Segundo José Oliveira, a LEICAR espera que o futuro ministro Jaime Silva inclua no dossier de “Medidas Especiais de Apoio”, a apresentar a Bruxelas, um rigoroso estudo sobre a situação naquela região.
O responsável defende ainda criação de uma linha de crédito a fundo perdido para a compra de alimentos para animais, e outra, a juro bonificado, para aquisição de novas captações de água e sistemas de rega.
De acordo com os dados da associação, a região Entre o Douro e Minho produz 45 por cento do leite de Portugal continental, existindo na região um efectivo bovino que ronda os 300 mil animais.
Estes animais, explica, são alimentados com forragens produzidas em dois períodos distintos: Outono/Inverno e Primavera/Verão, com um regime de produção intensivo, e, por isso, se não chover durante este mês, “as consequências da seca nesta região serão muito mais graves do que em qualquer outra região do país”.
Para José Oliveira, a situação agrava-se ainda mais com as culturas de Primavera/Verão, já que estas são “muitíssimo mais exigentes em consumos de água, pondo em risco as sementeiras de milho para silagem que necessitam de suficiente humidade no solo para uma boa germinação.
Fonte: AgroPortal
