Seca: Parlamento debate hoje a mais grave seca dos últimos 25 anos

A Assembleia da República debate hoje aquela que é considerada a mais grave seca dos últimos 25 anos e que afecta já metade do território nacional.

O debate foi pedido pelo PSD, que reclamou a necessidade de “medidas excepcionais” perante “uma situação excepcional”, segundo declarações do líder social-democrata, Marques Mendes.

O último relatório da Comissão para a Seca 2005, divulgado segunda-feira, indicava que em Abril 63 por cento do território estava em situação de seca extrema e severa, contra 52 por cento em Março.

O agravamento deveu-se ao aumento do território que passou para o mais grave nível de seca (extrema), de 24 por cento a 31 de Março para 43 por cento a 30 de Abril.

Em contrapartida, o nível de seca severa baixou de 28 por cento do território, no final de Março, para 20 por cento, em Abril.

No entanto, os últimos 15 dias do mês de Abril foram menos secos do que a quinzena anterior.

O desagravamento da seca na última quinzena de Abril, face aos quinze dias anteriores, teve especial incidência no litoral centro e norte do continente, embora os efeitos negativos se tenham mantido de forma generalizada no sector agrícola de sequeiro e na pecuária.

Os prejuízos para a agricultura (que se estimam serem superiores a mil milhões de euros) já levaram o Governo português a pedir ajuda à União Europeia, que se comprometeu a prestar auxílio desde que fique provado que há uma relação directa entre as perdas e as condições climáticas adversas.

A seca está também a provocar perturbações no abastecimento de água, sobretudo em aglomerados de pequenas dimensões, embora a população cujos reservatórios de água são abastecidos por auto-tanques tenha diminuído de 32 mil, na primeira quinzena de Abril, para 8.400 no final do mês.

Os aglomerados afectados localizam-se nos concelhos de Celorico da Beira, Guarda, Mértola, Miranda do Corvo, Montemor-o-novo, Peso da Régua, Vinhais e Viseu.

Segundo o relatório, as perspectivas para a primeira quinzena de Maio apontam dias secos, sem chuva (próximos 10 dias), e para a redução dos caudais na rede de água e diminuição do volume de água nas albufeiras.

O documento indica ainda que a Direcção-Geral de Saúde (DGS) vai reforçar a vigilância sanitária às fontes de abastecimento de água alternativas, como novos furos, e informar as populações sobre medidas de desinfecção.

A DGS vai também enviar recomendações técnicas de controlo às autoridades de saúde regionais e locais e reforçar a vigilância relativamente às doenças de declaração obrigatória do ponto de vista hídrico, como a malária, a cólera e a febre tifóide.

Fonte: Lusa

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