Seca: Governo”atento” aos problemas mesmo sem declarar calamidade, diz Sócrates

O primeiro-ministro, José Sócrates, assegurou hoje em Beja que “o Governo está atento” aos problemas criados pela seca, mas reiterou a impossibilidade, neste momento, de declarar o estado de calamidade pública nas zonas mais afectadas.

“O momento de calamidade está bem definido na lei e essa declaração obedece a uma avaliação quantitativa, a qual está a ser feita”, argumentou, acrescentando que os resultados não atingem o valor expresso legalmente.

“Senão, já teríamos accionado esse mecanismo”, assegurou.

José Sócrates falava aos jornalistas durante uma visita à feira de agro-pecuária Ovibeja, que tem estado a decorrer no Parque de Feiras e Exposições de Beja e termina domingo.

O tema da seca, numa das regiões do país mais afectadas por este cenário, dominou as perguntas dos jornalistas ao primeiro- ministro, que aproveitou para enumerar as medidas já accionadas pelo Governo.

A antecipação das ajudas de Bruxelas aos agricultores, as três linhas de crédito aprovadas em Conselho de Ministros e a aceleração das obras dos canais de rega do empreendimento de Alqueva foram englobadas por Sócrates na lista de prioridades.

“O Governo está atento e próximo dos problemas e das pessoas.

Compreendemos as dificuldades e o Governo está a fazer tudo aquilo que é necessário fazer, os agricultores sabem disso, para responder e minimizar os problemas”, sublinhou.

Também na Ovibeja, depois de anteriormente ter visitado o Alandroal, onde inaugurou o remodelado edifício dos Paços do Concelho, José Sócrates voltou a destacar que o Governo vai rever o Plano de Ordenamento das Albufeiras do Alqueva e do Pedrogão (POAAP).

“O POAAP foi elaborado há três anos e, nessa altura, já estava expressa a obrigação de ser revisto passados três anos. Chegou, portanto, o momento de o adaptar à nova realidade, para compatibilizar a protecção do património natural e permitir a actividade económica”, disse.

Já há cerca de um mês, quando se deslocou a Alqueva, José Sócrates asseverou que a prioridade do Governo passa pela aceleração das obras do empreendimento, mais precisamente a construção dos canais de rega.

Hoje, o primeiro-ministro insistiu nesta prioridade, para que sejam criados “cinco mil hectares de novos regadios por ano”, sem esquecer a constituição de uma reserva estratégica de água para a região, que foi um dos objectivos principais para o avanço de Alqueva.

“O Alentejo precisa que o Alqueva se complete para que a região não sofra sempre que há uma seca”, realçou.

Fonte: Lusa

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