Seca Ameaça Produção de Presunto de Porco Alentejano

A qualidade dos célebres presuntos de porco alentejano está comprometida devido à seca, de acordo com um representante do sector. Segundo o responsável, os 300 produtores da região não vão ter bolota para alimentar os animais na próxima campanha – que começa em Outubro.

Com o início da Primavera, os sobreiros e as azinheiras já deveriam ter accionado o processo de nascimento do fruto. No entanto, neste momento, o montado atravessa uma fase crítica devido à falta de chuva, “limitando-se a resistir para sobreviver”, explica o presidente da Associação de Criadores do Porco Alentejano, José Cândido, garantindo que o sector “já está comprometido também para o próximo ano”.

O dirigente estima que os prejuízos possam ascender a 50% – somada a perda de qualidade aos custos acrescidos com a produção -, justificando ser esta uma actividade totalmente baseada no extensivo e em tudo o que o campo oferece. “Como o campo está debilitado e as plantas estão em stress hídrico, temos um sério problema nos braços, porque a qualidade dos nossos produtos é filha da natureza”, sublinha.

José Cândido revela ainda que os produtores terão de recorrer a alimentos alternativos, como o cereal ou a farinha à base de cereais. “Isso quer dizer que um produto de menor qualidade tem maior custo de produção”, acrescenta o responsável.

Por todo o Alentejo este sector tem um rendimento que ascende, num ano normal, aos 15 milhões de euros, entre os 300 produtores da região, que passam a 600 a partir de Outubro, na época da montanheira – altura em que os porcos andam na montanha na engorda -, tendo hoje 12 mil porcas com capacidade de criarem anualmente cerca de 120 mil leitões.

Fonte: DN

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