Os produtores de cortiça do Alentejo temem as consequências do descortiçamento nos sobreiros e muitos optaram por não o fazer. A indústria da cortiça encontra-se apreensiva.
A seca é o principal motivo de preocupação dos produtores, mas o organismo interprofissional da cortiça, a Filcork, já esclareceu os seus associados. Em carta, o presidente da associação, o ex-ministro da Agricultura Sevinate Pinto, explicou que a retirada de cortiça dos sobreiros pode continuar a ser feita, porque apenas um ano de seca não traz danos ao sobreiros.
O responsável, baseando-se em estudos do Instituto Superior de Agronomia e da Universidade de Évora, assegurou os produtores que a situação de stress hídrico não é prejudicial às árvores, pelo menos enquanto a seca for ainda recente. Apenas três a quatro anos sem chuvas é que devem preocupar o sector.
A indústria da cortiça, sem a matéria-prima para trabalhar, mostrou-se preocupada com as consequências ao nível da indústria do vinho. Tem-se registado uma tendência importante no sector para os vedantes sintéticos, uma situação que poderá agravar-se se o principal produtor de cortiça do mundo se vir a braços com dificuldades produtivas.
Fonte: Confagri