Num plenário de viticultores realizado ontem, em S. João da Pesqueira, foi anunciada a criação, em breve, de uma empresa destinada à comercialização dos vinhos dos lavradores durienses.
A nova empresa, apoiada pela Casa do Douro, será constituída por 100 produtores (cada um aderirá com 50 mil euros) e terá um capital inicial de cinco milhões de euros.
Às mais de duas centenas de agricultores presentes no Auditório do Teatro Municipal o presidente da Casa do Douro, Manuel António dos Santos, manifestou o desejo da criação da nova unidade “Será uma empresa de durienses e para os durienses”.
Para o efeito, e a partir de agora, a Casa do Douro vai realizar sessões de esclarecimento em todos os concelhos da Região Demarcada, onde serão dados a conhecer alguns pormenores relativos às formalidades necessárias. A avançar, a empresa poderá fazer com que a instituição duriense volte, de uma forma indirecta, a intervir no mercado dos vinhos. Outra das medidas aplaudidas diz respeito à possibilidade (uma intenção alimentada desde algum tempo) da Casa do Douro, através de uma procuração passada pelos vitivinicultores, ficar responsável pela venda dos vinhos dos lavradores aderentes.
Também o Comunicado de Vindima foi abordado no plenário, tendo havido consenso quanto às 120 mil pipas de mosto a beneficiar na próxima vindima.
Desacordo e preocupação houve quanto à possibilidade da venda de 17 mil pipas das colheitas de 1999-2001 de Vinho do Porto. Joaquim Monteiro, viticultor, defende que se tal acontecer “será muito mau para o Douro”, no que respeita ao “impacto negativo nos preços que tais quantidades poderiam ter”, e lembra que “há regulamentações a cumprir para obstar a que tal aconteça”.
Manuel António dos Santos acredita que “as empresas e a instituição bancária terão bom senso” nesta matéria e está ciente que não avançarão com tal propósito”. Se tal acontecer, admite que os lavradores “poderão avançar para a adopção de medidas desagradáveis”.
Fonte: JN