Preço da Carne alentejana vai subir nos próximos dias devido à seca

Os produtores da carne de bovino certificada do Alentejo vão subir o preço dos seus produtos em 15 cêntimos o quilo, para compensar a subida dos custos devido à situação de seca.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do agrupamento de produtores que gere a Denominação de Origem Protegida (DOP) Carnalentejana, Fernando Carpinteiro Albino, avançou que os preços dos seus produtos devem aumentar no consumidor final, “nos próximos dias”.

A situação de seca está a afectar os pastos e a produção de carne bovina do Alentejo levando a um acréscimo dos encargos de produção, como referiu Carpinteiro Albino.

A Carnalentejana, como produto certificado, tem de cumprir um conjunto de exigências, nomeadamente relacionadas com a alimentação dos animais, que só pode fazer-se de “pastos naturais”.

O presidente da Carnalentejana deu o exemplo dos preços praticados no comércio de palha, no sul do Alentejo, “muito altos, entre 12 e 12,5 cêntimos” por quilo, que levou o agrupamento a comprar em Espanha a valores “entre oito e nove cêntimos”.

“Comprando para um conjunto de produtores conseguimos obter um preço melhor”, explicou.

As regras da DOP prevêem situações em que os animais são alimentados com rações com determinadas características.

No caso da Carnalentejana, as rações obedecem a uma fórmula definida por um nutricionista.

O fornecimento de rações ao agrupamento é objecto de concurso e, neste momento, são quatro as fábricas, certificadas, às quais os produtores reunidos na Carnalentejana podem comprar as “rações específicas”.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) informou na terça- feira que a chuva ocorrida em Março foi insuficiente para alterar as suas previsões que apontam para a manutenção de um quadro desfavorável na agricultura portuguesa.

Os dados da área agrícola do INE de 31 de Março referem “quebras acentuadas na produtividade dos cereais de Outono/Inverno”, entre 35 e 65 por cento.

Actualmente, são 118 os produtores associados com explorações distribuídas pelo Alentejo, principalmente no distrito de Portalegre, com cerca de oito mil vacas e uma produção de 60 novilhos por semana.

Em 2004, foram certificadas cerca de 900 toneladas de Carnalentejana.

Uma informação dos produtores refere que a qualidade da carne é garantida pelas “condições estritas de identificação animal, sanidade, assistência veterinária, alimentação e abate, assim como a transformação, embalagem e acondicionamento das peças”.

Fonte: Agroportal

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