Portugal antecipa medidas contra febre hemorrágica

Os portugueses que tenham estado, nos últimos 21 dias, na província angolana de Uíge, estão a ser informados do surto de febre hemorrágica que já matou uma centena de pessoas. Embora não haja qualquer caso registado em Portugal, as autoridades de saúde já tomaram algumas “medidas de antecipação”, como informar os passageiros que viajem para Angola das formas de propagação e sintomas da doença.

Francisco George, subdirector-geral de Saúde, garantiu ao JN não haver informação de qualquer português infectado com o vírus de Marburg e que as probabilidades de o surto não se circunscrever ao Uíge são “muito reduzidas”, uma vez que a transmissão do vírus ocorre por “contacto directo de proximidade” e “não é fácil à distância”. O último balanço oficial, conhecido anteontem, referia 98 mortes no Uíge e cinco casos, dois dos quais mortais, na capital Luanda.

Entre as medidas de antecipação, o responsável da Direcção-Geral de Saúde (DGS) referiu que está estabelecido um “circuito de comunicação” com as autoridades de saúde de Angola, para actualizar os dados referentes à doença e informar os passageiros que se deslocam de avião entre Angola e Portugal.

“Foi criado um mecanismo de informação para aconselhar os passageiros que tenham estado no Uíge nos últimos 21 dias e que podem ter o risco de adoecer”, declarou, acrescentando desconhecer quantos portugueses estiveram no Uíge nas últimas semanas. Francisco George asseverou também que há hospitais preparados para tratar este tipo de casos, designadamente, o Curry Cabral.

O Consulado Geral em Luanda está a recomendar aos portugueses que não se desloquem ao Uíge, sugerindo aos que lá estão que se retirem para Luanda. As empresas portuguesas que trabalham na província já retiraram os seus trabalhadores para a capital angolana, o mesmo tendo sucedido com seis elementos da organização Leigos para o Desenvolvimento.

Portugal está a dar apoio, “desde o primeiro dia do problema”, através do envio de material de protecção individual para médicos, enfermeiros e técnicos de saúde. Para apoiar as autoridades sanitárias do Uíge, a Embaixada de Portugal em Luanda já tem na capital angolana um segundo carregamento de material descartável de uso médico, que vai entregar ao Ministério da Saúde logo que seja desalfandegado. Entretanto, a Comissão Europeia disponibilizou 500 mil euros para combater “a séria epidemia” de febre hemorrágica.

A província do Uíge, no Norte de Angola, está a ser afectada por uma febre hemorrágica originada pelo vírus de Marburg, da mesma família do Ébola, que já levou o Governo angolano e a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar a existência de uma epidemia da doença em Angola. O vírus, que tem como principal reservatório o macaco verde, transmite-se por contacto com fluidos corporais (como o suor, a saliva ou o sémen) de indivíduos infectados.

Fonte: Lusa

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