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O Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Norte (STPN) apelou hoje ao secretário de Estado das pescas que se desloque a Matosinhos para “perceber a gravidade da situação” em que se encontram cerca de 900 pescadores de sardinha.
“Decidimos apelar ao secretário de Estado para vir a Matosinhos conhecer a gravidade da situação. Se isso não acontecer até sexta- feira faremos uma marcha até Lisboa”, afirmou António Macedo, presidente do sindicato, em declarações à Agência Lusa, após um plenário de cerca de duas horas.
Durante a reunião plenária, realizada entre as 23:00 de terça- feira e a 01:00 de hoje, os pescadores decidiram igualmente “continuar sem ir ao mar”, mantendo uma decisão tomada na última quarta-feira, 11 de Maio.
Segundo uma carta assinada por António Macedo e enviada ao secretário de estado adjunto, da agricultura e das Pescas, Luís Vieira, “o governo não está a ver a gravidade da situação” já que “não são só os 900 pescadores de sardinha e as suas famílias que estão em causa”, pois por cada um desses trabalhadores “geram-se mais cinco postos de trabalho em terra”.
No documento a que a Agência Lusa teve acesso, STPN reforça a ideia de que os pescadores estão a proceder a uma matança da espécie, já que por cada 100 ou 150 cabazes que descarregam na lota, deixam ficar no mar 1.000 cabazes de sardinha morta, porque não tem qualidade ou é pequena.
Segundo o STPN, esta situação está a afectar os cerca de 900 pescadores das 35 traineiras e 23 embarcações mais pequenas – “tucas” -, desde Viana do Castelo até à Figueira da Foz.
“Há já armadores a falar na possibilidade de abate das suas embarcações e pescadores que apontam para a fuga para outros sectores de actividade”, refere a carta do STPN, sublinhando que esta situação “levará ao aumento da importação de pescado”.
A lota de Matosinhos é considerada como o maior ponto de descarga de sardinha da Europa.
Fonte: Lusa
