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A produção de biocombustíveis pode provocar a ameaça global de escassez de água, caso não se desenvolvam práticas e estratégias inovadoras para a utilização de recursos hídricos a nível internacional.
O alerta foi dado na ocasião da “Worl Water Week” a conferência mundial que reúne durante esta semana na capital sueca 2.500 representantes de 140 países, organizações não-governamentais e agências da Organização das Nações Unidas (ONU).
O director do Comité Cientifico do Instituto Internacional da Água de Estocolmo, Jan Lundgvist, em declarações à BBC, destacou os efeitos que a produção de biocombustíveis pode ter na escassez de água no planeta.
Segundo o mesmo, estudos sobre o aumento da produção dos biocombustíveis indicam que pode ter efeitos negativos na quantidade de água disponível, já ameaçada pela necessidade de produzir cada vez mais alimentos devido ao crescimento da população mundial.
Na conferência foi dado o alerta para os cerca de sete mil metros cúbicos de água utilizados actualmente na produção de alimentos, que pode vir a atingir os 11 mil metros em 2050, o corresponde quase ao dobro.
O cientista sueco salienta que tudo indica um crescimento idêntico no que diz respeito aos biocombustíveis, que resultará na necessidade de 20 a 30 milhões de quilómetros cúbicos em 2050.
Da Universidade de Harvard, o professor Peter Rogers, afirma que este aumento pode significar «uma pressão adicional sobre os recursos hídricos», no entanto e apesar de todas estas advertências, os cientistas acreditam que o sector ainda é uma área relativamente nova que também pode trazer oportunidades.
Lundgvist adianta que «tecnologicamente haverá uma segunda geração de biocombustíveis, como por exemplo a tentativa de desenvolver bioenergia a partir de celulose, a urgência centra-se na capacidade de desenvolver práticas e formas de produção que utilizem o recurso hídrico de «forma sustentável».
Fonte: BBC e Confragi
