Na direcção do aumento da produção leiteira

Produzir mais leite? São os politicos a tocar neste assunto, a cada dia um pouco mais, quer no Ministério da Agricultura francês, em Paris, quer na Comissão Europeia em Bruxelas. Apesar dos seus meritórios esforços, as 3,8 milhões de vacas francesas não produzem mais do que 23 milhões de toneladas de leite por ano. Mas isso parece insuficiente para satisfazer as necessidades dos consumidores de leite, de iogurte, de queijos e de todos os outros produtos lácteos.

Tudo leva a pensar que a oferta, nesta altura, é inferior à procura. Os stocks de leite em pó e de manteiga estão a zero desde há algum tempo. Os armazéns frigoríficos estão vazios. Acabou a época dos excedentes lácteos! Consequência: os preços à produção nãoc essam de aumentar (+4,9 por cento no terceiro trimestre de 2007) e aos preços ao consumidor poderá acontecer o mesmo.

Esta situação não é específica de França. A União Europeia produz 126 milhões de toneladas de leite e essa quantidade não chega para dar resposta à procura dos consumidores europeus. A mesma coisa acontece nos países emergentes, em particular na China, onde o desenvolvimento das classes médias acompanha o forte aumento da procura de produtos lácteo. Beber leite é uma das tendências da moda em Pequim.

Para satisfazer a procura interna e, sem dúvida, para prevenir a inflação, o ministério francês da Agricultura fez saber que irá distribuir o acréscimo de 0,5 por cento da quota leiteira nacional. Aumentos de 10 a 15 por cento pode ser acordados individualmente com os recolhedores de leite. Estão já marcadas para final de Setembro reuniões de toda a fileira do leite.

A situação é paradoxal: falta leite no mercado de abastecimento, mas a produção francesa não consegue atingir a sua quota nacional, sendo que as entregas estão a, pelo menos, cinco por cento daquele limiar. Depois de muito tempo, os preços do leite eram tão baixos que muitos produtores decidiram abandonar a actividade. A cada ano, há, em França, cinco mil agricultores que abandonam a produção de leite, reduzindo assim a capacidade nacional de produção. E “uma pPrimavera muito chuvosa agravou ainda mais a situação”, refere o presidente da organização agrária MODEF, Xavier Compain.

A política que está a ser desenhada não sera fácil de aplicar: “não podemos aumentar as capacidades de produção de um momento para o outro”, refere Xavier Compain. “É necessário haver fundo de maneio para fazer crescer os efectivos e hoje em dia é praticamente impossível comprar uma vaca em lactação”. Aquele responsável considera que o aumento das quotas favorecerá sobretudo os produtores mais poderosos e considera que se deve dissociar os grandes produtores dos produtores de menor dimensão.

Do lado da Confédération Paysanne, Philippe Marquet afirma categoricamente: “Nós somos contra o aumento das quotas. Isso permitirá a adequação da oferta à procura. Se as quotas aumentarem dois por cento, elas perderão o papel de regulação do mercado. Se a produção aumentar, os preços à produção irão voltar a descer”. Para Philippe Marquet, a evolução da procura à escala mundial tem pouco impacto no funcionamento do mercado interno francês: o leite francês é basicamente consumido em França ou, quando muito, no mercado europeu. Se os produtos lácteos estão, no mercado, de vento em popa, isso não é o que se verifica com o leite propriamente dito. E aqui os dois direigentes são unânimes: o preço do leite deve ser remunerador para os que o produzem.

Fonte: Anil

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