Ministro da Agricultura promete medidas “adequadas” mas selectiva

O ministro da Agricultura, Jaime Silva, insistiu hoje, em Beja, que o Governo vai continuar a tomar as medidas “mais adequadas” para minorar os efeitos da seca, mas lembrou que o rigor orçamental impõe “selectividade”.

“O Governo está em condições de responder com as medidas adequadas, mas, quando não há disponibilidades orçamentais ilimitadas, temos de valorizar os casos mais graves”, disse.

O titular da pasta da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas falava aos jornalistas na Ovibeja, depois de reunir-se com elementos da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (FAABA).

“Tive oportunidade de conhecer o inventário das situações mais críticas e de explicar em detalhe as medidas já tomadas, ao mesmo tempo que assumi o compromisso de que o governo vai continuar a acompanhar a seca”, adiantou.

Neste seu segundo dia de visita ao certame agro-pecuário que decorre no Parque de Feiras e Exposições de Beja, após já no sábado ter acompanhado o Presidente da República, Jorge Sampaio, Jaime Silva informou os agricultores de que já foi dada “luz verde” de Bruxelas para o pastoreio das searas.

“Os agricultores desconheciam que já obtivemos a derrogação das medidas agro-ambientais, o que permite que as searas que estão perdidas possam ser utilizadas para alimentação animal”, revelou.

Classificando a seca como “grave”, o ministro aproveitou ainda o encontro com os agricultores para lhes explicar mais em detalhe as três linhas de crédito, com um valor global de 125 milhões de euros, anunciadas sábado, também na Ovibeja.

Essas linhas de crédito incidem na alimentação animal – para regiões em seca “severa” ou “extrema” como o Alentejo, com uma bonificação de cem por cento -, as culturas hortofrutícolas (batata ou citrinos) e o abeberamento de animais, transporte de água e abertura de furos.

“A apicultura desta região alentejana também vai ser incluída nas linhas de crédito”, garantiu.

O governante congratulou-se ainda com a “responsabilidade dos agricultores” porque, segundo afirmou aos jornalistas, apesar de procurarem respostas às suas reivindicações, “reconheceram eles próprios que a situação orçamental do País não é a melhor”.

Quanto ao presidente da FAABA, Manuel Castro e Brito considerou normal existir “uma certa impaciência dos agricultores”, mas reconheceu que o Governo “está a ir ao encontro do que é necessário fazer”.

“Temos a noção de que o Governo está a fazer o que é possível, mas também sabemos que não há apoios que consigam colmatar absolutamente esta situação irrecuperável”, argumentou.

A Ovibeja, considerada a maior feira agro-pecuária do Sul do País, conta com mais de um milhar de expositores e prevê receber perto de 300 mil visitantes até ao dia 08 de Maio.

Fonte: Lusa

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