Milhares de peixes estão a morrer na lagoa de Melides

Milhares de peixes estão a aparecer mortos na lagoa de Melides, na costa alentejana, desde o último fim-de-semana, por falta de oxigénio provocada pela retenção da água a montante nos arrozais.

Segundo Dário Cardador, os produtores de arroz “estão a reter toda a água a montante, para as culturas de arroz, provocando uma falta de oxigenação da lagoa e consequentemente a morte de milhares de peixes”. Mais, afirma “Bastaria libertar água duas vezes por semana para evitar o problema.”

Uma tese refutada pela vereadora do Ambiente da câmara de Grândola, Núria Taberner, que cita à Lusa um estudo encomendado pela Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Alentejo em 2003.

Já no Algarve, as primeiras análises laboratoriais feitas pela Universidade do Algarve, em Faro, e pelo Instituto Português de Investigação Marítima, em Lisboa, à qualidade da água da barragem da Bravura, no concelho de Lagos, e às carpas que ali têm aparecido mortas desde há uma semana, “não revelaram toxicidade”. A garantia foi dada ontem ao DN por Carlos Cruz, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região (CCDRA). Com os resultados, ganha consistência a tese de que na origem da elevada mortalidade de peixe (mais de 16 toneladas), poderá estar o “aumento das temperaturas para 25 graus à superfície da água”, como o DN já noticiara. Entretanto, vão ser efectuadas mais análises à água daquela barragem, que se encontra a cerca de metade da sua capacidade, e a cadáveres dos peixes, para se conseguirem resultados mais concretos e fiáveis.

“O nível da barragem está baixo e a tendência é para baixar ainda mais. Não podemos controlar o aumento das temperaturas e, se estas se mantiverem elevadas nos próximos dois meses, o problema agora verificado poderá aumentar ainda mais. Mas é preciso não dramatizar”, sublinhou Carlos Cruz.

Uma das medidas de prevenção a tomar pela CCDRA é, para já, alargar a outras barragens do Algarve, a começar pela do Funcho, em Silves, as análises à qualidade da água, a fim de se detectarem eventuais problemas de poluição. O trabalho estará a cargo da Direcção-Geral dos Recursos Florestais.

A CCDRA assegura que a água da barragem da Bravura “está boa para consumo” – depois de tratada, serve de abastecimento público aos concelhos de Lagos e Portimão.

O vereador António Marreiros, que tem acompanhado as operações de retirada das carpas mortas, lembra que em “50 anos é a primeira vez” que se verifica uma situação deste tipo na barragem da Bravura.

Fonte: DN

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