Quase mil casos de BSE confirmados desde 1990

As autoridades sanitárias detectaram, desde 1990 até agora, 971 casos de bovinos afectados por encefalopatia espongiforme, a doença das vacas loucas ou BSE. A detecção foi sobretudo obtida através do controlo em matadouros, por análises sistemáticas aos animais. Os casos positivos têm vindo a decrescer, dado que o efectivo pecuário bovino conta com cada vez menos exemplares que foram alimentados com farinhas contaminadas.

A maior percentagem de animais com a doença das vacas loucas afectou explorações de Entre-Douro-e-Minho e a Beira Litoral (ver infografia). Estas duas regiões registaram 84% dos casos em Portugal desde há 11 anos, quando foram introduzidas as análises sistemáticas ao gado abatido.

Segundo o sub-director geral de Veterinária foram poucos os casos em raças portuguesas e quase todos se verificaram em animais para produção leiteira. Para Fernando Bernardo, que ontem participou numa sessão com jornalistas organizada pela Agência Portuguesa de Segurança Alimentar, o risco existente em Portugal está associado sobretudo a animais com mais de nove anos. É que, em 1998 foi completamente interdito o uso de farinha de origem animal nas rações. O nosso país, no entanto, conta ainda com uma parcela do efectivo para produção leiteira envelhecido, chegando a haver vacas com 30 anos.

Foi de 2001 para 2002 que desceu significativamente o número de casos positivos de BSE. Por outro lado, a maior parte dos casos refere-se a animais nascidos em 1993 e 1994. Neste último ano foi lançada a primeira proibição de uso de farinhas animais nas rações. Presentemente, as autoridades sanitárias consideram de risco zero os animais com menos de 21 meses.

Cerca de 300 mil toneladas de material resultante de carcaças e vísceras de bovinos estão agora armazenadas, aguardando co-incineração nas cimenteiras. Este volume resulta da acumulação de vários anos de animais abatidos, a que todos os dias se soma o resultado do trabalho diário de 35 matadouros.

Foi, entretanto, já validado por um especialista inglês o diagnóstico, com base laboratorial, da doença Kreuzfeldt-Jacob numa criança portuguesa, disse ontem aos jornalistas o sub-director- geral de Saúde, Francisco George. Trata-se do primeiro caso em Portugal associado ao consumo de carne de vaca que sofria de BSE. Esse consumo deverá ter ocorrido antes de 1998. Esta é uma das quatro formas assumidas pela doença de Kreuzfeldt-Jacob e atinge sobretudo jovens. Com as outras três formas registam-se, em Portugal, todos os anos cerca de 12 casos.

Fonte: JN

Veja também

Consumo de café aumenta resposta ao tratamento da hepatite C

Os pacientes com hepatite C avançada e com doença hepática crónica que receberam interferão peguilado …