INE: Preços de Produtos Agrícolas Subiram 8,3% em Março

Os preços dos produtos agrícolas aumentaram 8,3 por cento em Março face a igual mês do ano passado, principalmente devido à subida do valor dos animais de capoeira e dos hortícolas frescos, anunciou hoje o INE.

No Boletim Mensal da Agricultura, Pescas e Agro-Indústria, o Instituto Nacional de Estatística (INE) refere um acréscimo de seis por cento no índice de preços dos produtos agrícolas no produtor na comparação com Fevereiro.

A evolução mensal baseia-se na subida dos valores pagos pelos animais de capoeira, com mais 24,6 por cento, dos hortícolas frescos, mais 21,4 por cento, da batata, cujo preço aumentou 17,7 por cento e das flores.

Quando comparados com os preços de Março de 2004, o INE detecta um acréscimo nas flores (mais 70,2 por cento), nos animais de capoeira (51,5 por cento) e nos produtos hortícolas frescos (43,3 por cento).

Com tendência contrária, a descer, estavam os preços dos ovos, dos frutos frescos e de casca rija e dos bovinos.

Na quarta-feira, o INE já tinha divulgado uma informação a apontar para uma quebra de rendimento de 70 por cento na campanha cerealífera de Outono/Inverno, a pior das últimas duas décadas devido à seca prolongada.

“Os prejuízos nas culturas cerealíferas são enormes, a maioria das searas apresenta sintomas de exposição ao stress hídrico, porte reduzido e um estado muito adiantado para a época, sem qualquer possibilidade de recuperação”, referia o INE.

As previsões agrícolas, a 30 de Abril, apontavam para a manutenção da “seca severa e extrema” que atinge grande parte do território continental português.

As sementeiras da Primavera/Verão estão com algum atraso, havendo “grande preocupação dos produtores devido à escassez de água para rega, sobretudo a Sul do Rio Tejo.

Os 21 mil hectares de arroz previstos para esta campanha correspondem a uma redução em 21 por cento face ao ano passado, enquanto a área de milho em regime de sequeiro não deverá ultrapassar os 11 mil hectares, o que traduz um decréscimo de 15 por cento em relação ao ano transacto.

A área plantada de batata, quer em sequeiro, quer em regadio, diminuiu, respectivamente, em 15 e 20 por cento, devido às condições climáticas e a factores conjunturais de mercado.

O INE refere também que as áreas semeadas com culturas industriais seguem idêntica tendência com decréscimos de 10 e 70 por cento para o tomate para a agro-indústria e girassol, respectivamente.

O sector agro-pecuário tem igualmente registado dificuldades em virtude das carências alimentares, condicionando o rendimento da carne e do leite, além de aumentar os custos de produção devido à compra extraordinária de suplementos alimentares.

Em Março, o peso do gado abatido para consumo foi de 39.985 toneladas, mais 4,4 por cento que em Fevereiro, enquanto nos bovinos o acréscimo foi de dois por cento.

Na evolução anual, a abate de bovinos registou uma subida de 3,8 por cento.

Já a recolha de leite de vaca subiu ligeiramente, 0,7 por cento, em Março, para 170 mil toneladas, e o leite para consumo 9,3 por cento.

Fonte: Confragi

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