Indústria francesa questiona desregulação do preço do leite

Ao avançar no sentido da desregulação do preço do leite, “o governo não tomou total consciência das consequências desta sua decisão”, afirmou Olivier Picot, presidente da Association de la Transformation Laitière Française (ATLA), entidade que agrupa as industrias do sector de lacticínios em França. Estas declarações doram proferidas na sequência da polémica instalada, em relação ao preço do leite, entre a Entremont Alliance e os seus produtores na Bretanha.

Aquela empresa, expecializada no fabrico de queijo, recusou pagar o preço reclamado pelos produtores, ao contrário das outras indústrias do sector. “Nós ficamos muito surpreendidos com a opção de desregulação tomada pelo Governo” relativamente ao preços do leite, afirmou Olivier Picot. Na sua opinião, “o governo não avaliou correctamente as consequências desta decisão”.

“Entre as consequências que começamos a reconhecer, verifica-se que uma determinada empresa – e esse é um direito que lhe assiste – decide pagar um preço diferente, sendo que os produtores ficam rapidamente inquietos, até pela possibilidade de haver um ‘contágio’ da situação, para outras empresas”, prosseguiu Olivier Picot. A “Entremont considera-se dentro da razão e os produtores também e isto não é mais do que um mercado desregulado!

Os produtores do Oeste francês acusam a Entremont Alliance de se haver precipitado ‘unilateralmente’ aproveitando uma brecha de desregulação do sector, que deixa ampla liberdade aos industriais para fixar os preços do leite na origem, quando até aqui esses preços eram determinados a partir de recomendações trimestrais, elaboradas no seio da interprofissão, onde estão representados produtores, cooperativas e industriais.

“Esta mudança das regras do jogo”, refere Olivier Picot, passou a existir a partir do momento em que a Direction Générale de la Concurrence, de la Consommation et de la Répression des Fraudes (DGCCRF), pediu, no fim de Abril, à interprofissão que deixasse de elaborar aquelas recomendações, a fim de evitar práticas de fixação ilegal dos preços. Essa prática existia desde 1997, tendo contado, em todo este período com o acordo dos poderes públicos.

Fonte: Anil

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