CE quer frutas e hortícolas distribuídas gratuitamente nas escolas

A Comissão Europeia (CE) quer generalizar o consumo de frutas e hortícolas nas escolas do 1.ºciclo do Ensino Básico, investindo 90 milhões de euros por ano na distribuição gratuita desses produtos.

A Comissão pretende que os Governos assumam a entrega desses alimentos com sua própria ajuda, financiando os países com 50 e até 75 por cento, nos territórios mais pobres, num programa de acção que deverá abranger cerca de 26 milhões de crianças e entrar em vigor no ano lectivo 2009/2010.

Desta forma a CE acredita que ao incentivar o consumo de frutas e hortícolas nas escolas está a dar passos importantes para contrariar os números apresentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que demonstram um declínio na escolha dos europeus por esses produtos.

A organização alertou que é necessário consumir 400 gramas de frutas e legumes por dia, um número cumprido positivamente pelos países da União Europeia (UE), em 2000, com uma média de 415 gramas por pessoa, no entanto, notou-se um declínio, de tal forma, que em 2006 registava-se 380 gramas por cada europeu.

Actualmente estima-se que haja mais de cinco milhões de crianças obesas nos países da UE e 22 milhões com excesso de peso, com tendência para que os números aumentem a um ritmo de 400 mil por ano.

A obesidade continua a ser apresentada como responsável por seis por cento das despesas de saúde, com as crianças a comerem menos frutas e hortícolas que os adultos, sendo que apenas 17 por cento, entre os dez e os 12 anos comem as 400 gramas diárias recomendadas pela OMS.

A dietista Joana Sousa defende a criação de leis e regras especificas para limitar a publicidade alimentar e, no ambiente escolar, medidas de forma a evitar que os alunos optem pelos alimentos hipercalóricos, entre as quais, «fechar o bar à hora do almoço, levando os jovens a optar pelo refeitório, onde a alimentação é mais saudável».

A autora de um estudo nacional sobre obesidade infantil-juvenil, revelou indicadores de excesso de peso e obesidade em 31 por cento da amostra d ensino no ano lectivo de 2005/2006, cujo diagnóstico levou Joana Sousa a reclamar medidas pesadas para retirar os menus hipercalóricos das escolas portuguesas.

Dentro das várias medidas, incentivar a prática de actividade física é também um dos pontos a ter em conta, diz a dietista, acrescentando que o pouco gasto energético também ajuda a explicar a percentagem de crianças e jovens obesos e com excesso de peso, notório em faixas etárias cada vez mais novas.

Na abordagem e tratamento de temas relacionados com a alimentação e estilos de vida saudáveis, dentro de um contexto escolar, a Federação das Indústrias Portuguesas Agro- Alimentares (FIPA), em parceria com várias entidades, vai lançar, a partir de Setembro, um canal educativo online sobre alimentação dirigido a professores, pais e alunos.

Segundo o presidente da FIPA, Jorge Henriques, o objectivo deste canal é «despertar a atenção dos jovens para algumas regras da alimentação, bem como para a importância do desporto escolar e exercício físico», disponibilizando «instrumentos de trabalho úteis» para que os educadores possam divulgar o conhecimento desta temática pelas escolas».

Fonte: Confagri

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