Hipers abertos ao domingo sem impacto no emprego

As empresas de retalho estão longe de criar, para já, os dois mil postos de trabalho directos que a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e o secretário de Estado do Comércio, Fernando Serrasqueiro, garantiram que seriam criados este ano com a abertura das 191 grandes superfícies aos domingos e feriados à tarde.

Das principais empresas afectadas pela liberalização dos horários da distribuição, contactadas pelo Diário Económico, apenas os grandes armazéns El Corte Inglés e a cadeia de mobiliário Moviflor admitem ter contratado mais trabalhadores devido ao alargamento do horário de funcionamento das lojas. São um total de 250 trabalhadores entre as duas empresas, ou seja menos de 13% dos dois mil empregos directos previstos.

O administrador-delegado da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, não tem dúvidas que a abertura ao domingo “não significa que se crie mais emprego”. “Isso é uma questão um bocadinho falsa nesses estudos que foram feitos”, defende o gestor, para quem “o emprego cria-se com mais vendas”. “Se não há mais vendas, não há mais emprego”, acabando por haver uma maior “flexibilidade dos mesmos trabalhadores”, explica Pedro Soares dos Santos.

Por causa dessa maior flexibilidade a “criação de emprego gerado pelas aberturas ao domingo à tarde é residual e não tem materialidade” no universo de nove hipermercados, segundo fonte oficial da Jerónimo Martins.

APED mantém estimativa de dois mil postos de trabalho este ano
A luta que a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) travava desde 1996 era considerada mais uma questão de injustiça e discriminação no tratamento perante o comércio tradicional, protegido pela lei que restringia as grandes superfícies de abrirem aos domingos e feriados à tarde. A causa da distribuição ganhou peso quando a APED revelou o impacto económico que teria a abertura ao domingo das quase 200 lojas.

Apesar do reduzido impacto laboral da extensão dos horários das grandes superfícies, a associação liderada por Luís Reis assegura que “mantém a estimativa dos 2.000 empregos este ano”. “Os números serão comprovados quando as empresas apresentaram os balanços sociais, geralmente em Abril ou Maio”, justifica a directora-geral da APED, Ana Trigo Morais.

Fonte: Anil

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