Fileira agro-alimentar unida pela sobrevivência

A Fileira pecuária e a indústria agro-alimentar, cujos sectores mais importantes são as indústrias de lacticínios, carnes e alimentos compostos para animais, movimentam um volume de negócios da ordem dos 16 000 milhões de €, 10% do PIB nacional. Por outro lado, são responsáveis pela manutenção de 154 000 explorações pecuárias com milhões de animais em todo o país, produzindo bens essenciais para a população portuguesa e, em conjunto com a agro-indústria, asseguram emprego directo a mais de 270 000 famílias, a maior parte localizadas em zonas rurais, onde existem poucas ou nenhumas alternativas de emprego.

As Associações signatárias, preocupadas com a situação actual do país e o seu futuro, conscientes do seu papel e das suas responsabilidades enquanto parte integrante da cadeia alimentar – porque todos enfrentam um conjunto de problemas comuns que põem seriamente em causa a sua sobrevivência no curto/médio prazo – entenderam promover uma reunião alargada que decorreu no passado dia 8 de Fevereiro e elaborar um documento com propostas concretas e de carácter urgente, que permitirão ajudar a ultrapassar ou pelo menos minorar as dificuldades.

Os custos de produção, decorrentes dos preços elevados das matérias-primas para a alimentação animal mas igualmente dos combustíveis, da energia e dos fertilizantes, atingiram níveis máximos insuportáveis para quem produz, não sendo possível transferir esse acréscimo para o mercado, em parte por imposição da grande distribuição que acaba por condicionar igualmente o comércio tradicional. A Fileira já não consegue minimizar esse impacto negativo através de ganhos de eficiência produtiva e de organização empresarial.

A manter-se a situação actual, vai-se enfraquecendo a produção nacional, reduzindo a nossa capacidade de oferta e obrigando ao recurso à importação de produtos, com consequências negativas para a economia nacional.

Estamos inseridos numa Fileira estratégica para a alimentação da população, que se modernizou, adquiriu massa crítica, produz em segurança e que investiu para ganhar dimensão e satisfazer as exigências dos mercados, mas que está confrontada com graves problemas a montante (abastecimento de matérias-primas) e a jusante (comércio grossista, grande distribuição) que urge resolver.

A situação actual é verdadeiramente dramática para a Fileira.

Por outro lado, com tantas indefinições e incertezas sobre dossiers de grande importância para a Indústria e Pecuária, perspectivar os próximos 5 anos constitui uma tarefa complexa, apontando-se desde já alguns condicionantes de evolução para o período 2011-2015 que devem ser tidos em conta nas políticas para o Sector:
> O provável fim do regime de quotas leiteiras;
> A entrada em vigor da PAC pos-2013 e das Directivas sobre bem-estar animal;
> As perspectivas financeiras da União Europeia (neste momento EM importantes como a Franca, Alemanha e Reino Unido defendem o congelamento do orçamento europeu);
> As negociações do Mercosul e da OMC;
> O problema da divida soberana e do deficit publico;
> A excessiva volatilidade dos preços das matérias-primas e a especulação bolsista;
> O funcionamento da cadeia alimentar, designadamente a relação com a grande distribuição;
> As questões ambientais, as relacionadas com a biotecnologia e o combate as alterações climáticas.

Fonte: Anil

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