Gripe das Aves: Risco de pandemia analisado em conferência internacional

A erradicação da gripe das aves nos animais de criação e a supressão do risco de uma pandemia nos seres humanos será discutida na próxima semana em Genebra, na primeira conferência internacional sobre o tema.

“Não podemos deixar que a batalha se trave só nos laboratórios e nos hospitais, já que é nas capoeiras infectadas que é preciso combater o vírus”, afirmou o director-geral da agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Jacques Diouf, numa mensagem dedicada à reunião, que decorrerá entre segunda e quarta-feira.

Num momento em que esta doença vinda da Ásia está a chegar à Europa, seguindo as rotas das aves migratórias, e pode ameaçar África, os organismos internacionais querem dispor dos “meios políticos e financeiros” para uma intervenção eficaz, frisou, por seu lado, Maria Zampaglione, porta-voz do Gabinete Internacional das Epizootias (OIE).

Aproveitando o “alto nível de interesse político actual”, a FAO e a OIE, juntamente com a Organização Mundial de Saúde (OMS), convocaram de 07 a 09 de Novembro esta conferência, para a qual convidaram ministros da Saúde e Agricultura, bem como dadores, públicos e privados.

A FAO e a OIE, responsáveis pela saúde animal, estimam em 175 milhões de dólares (147 milhões de euros) o custo de um plano de acção mundial de emergência para combater a doença entre as aves de criação.

Porém, só 30 milhões de dólares (25 milhões de euros) foram concedidos até agora por países dadores, nomeadamente a Alemanha, Japão, Holanda e Estados Unidos.

Trata-se de uma “gota de água” comparada com os milhares de milhões de dólares mobilizados pelos países ricos para lutar contra uma eventual pandemia, caso o vírus H5N1 evolua para uma estirpe transmissível aos seres humanos.

“É lamentável que o essencial da discussão pública se concentre nos aspectos da gripe das aves que poderão dizer respeito às pessoas, enquanto se silencia a lastimável situação dos serviços veterinários de numerosos países pobres”, segundo Diouf.

“Se queremos reduzir a ameaça para os humanos, é preciso controlá-la primeiro nos animais”, sublinhou o porta-voz da OMS em Genebra, Dick Thompson.

Sendo impossível controlar as aves migratórias, é preciso vigiar as de criação, proibindo-lhes o acesso a águas que possam ter sido contaminadas por animais selvagens, e abatê-las logo que seja verificada uma contaminação, o que exige um sistema veterinário eficiente, segundo os especialistas.

Fonte: Agroportal

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