Adega Cooperativa de Borba apresenta vinhos na China

A Adega Cooperativa de Borba realizou ontem uma prova de vinhos na província chinesa de Zhejiang, uma acção que marca os primeiros contactos comerciais de uma empresa portuguesa do sector com uma província chinesa.

“O nosso objectivo passa por um nicho de mercado, só temos a pretensão de ter sucesso na província de Zhejiang, e só em específicos segmentos do mercado da região”, explicou Francisco Henriques, director-geral da empresa, durante a prova de vinhos na cidade de Taizhou, naquela província litoral do sudeste da China, próxima de Xangai.

“Queremos evitar entrar na loucura do mercado chinês que depois não dá frutos”, disse Francisco Henriques, que adiantou que a prioridade da Adega Cooperativa de Borba é consolidar o volume de vendas de 60 mil garrafas que já faz para a China, e conhecer melhor o mercado local.

“Por outro lado, é necessário ter capacidade de satisfação do mercado, em termos de volume à escala chinesa, não vale a pena investir em grandes mercados se depois a produção não é suficiente”, referiu Francisco Henriques por ocasião da acção de promoção.

O responsável disse que a Adega Cooperativa de Borba vai realizar num futuro próximo outras acções de promoção dos seus produtos, apontando sempre para a província Zhejiang, que tem uma população de 44,5 milhões de pessoas com um rendimento médio individual de 1.138 euros.

Na prova de vinhos estiveram presentes empresas e responsáveis políticos de Zhejiang, para além do embaixador de Portugal, António Santana Carlos, do Presidente da Câmara de Borba, Ângelo de Sá, e do delegado do ICEP na China, Joaquim Mendonça Moreira.

“A estratégia da Adega Cooperativa de Borba foi bem conseguida, porque a empresa é a primeira a entrar nesta região da China, encontrou um distribuidor com licença de importação, que nem todos têm, e com bons contactos na distribuição”considerou António Santana Carlos.

“O equilíbrio da balança comercial entre os dois países passa também pela exportação de vinho”, adiantou o embaixador.

Desde Junho que a adega alentejana vende para o mercado chinês os vinhos tintos “Reserva Montes Claros 2001” e “Adega Cooperativa de Borba DOC 2001” e, segundo Francisco Henriques, outro objectivo da viagem à China “é saber o que a adega tem de fazer para produzir vinhos adaptados ao mercado local.” Em relação à concorrência de países como a Austrália e o Chile, Francisco Henriques disse que apesar de haver uma falta de conhecimento de Portugal como marca de origem de produtos de qualidade, outros países já fizeram um trabalho de educar o mercado, e cabe às empresas adequar a oferta à procura que já existe.

“Uma vantagem que a Adega Cooperativa de Borba teve foi casar as exigências do mercado com as características do vinho alentejano, desde o cultivo da uva até ao envelhecimento do vinho, e juntar a isso um complemento de explicação da bebida”, disse Francisco Henriques.

A Adega Cooperativa de Borba, cujo volume de negócios em 2005 deverá atingir os 16 milhões de euros, tem um marketing direccionado para o mercado chinês, com garrafas, apresentação, cores e texto de rótulo específicos.

A empresa exporta cerca de 20 por cento da sua produção, que este ano foi de 11 milhões de litros, acima de tudo para França, Alemanha, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, para os Estados Unidos, Canadá e Brasil e, na Ásia, para Macau, China e Japão.

A Adega Cooperativa de Borba, que está este ano a comemorar o cinquentenário, reúne 320 viticultores com uma área de vinha de 2.200 hectares nos concelhos de Borba, Estremoz e Vila Viçosa.

Fonte: Agroportal

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