O director-geral de Veterinária garantiu hoje que o Estado vai «em princípio» pagar os prejuízos ao proprietário das duas explorações onde quarta-feira foram detectados o vírus H5N2 da gripe aviaria.
«Em princípio, o Estado paga e haverá uma comparticipação comunitária. Quando acontecem estas situações de emergência há sempre a possibilidade de solicitar uma compartição à União Europeia», disse Agrela Pinheiro, em declarações aos jornalistas no Ministério da Agricultura.
De acordo com o responsável, há um decreto-lei deste ano que prevê uma indemnização ao proprietário «desde que tenham sido cumpridos todas as formalidades», como o registo da exploração.
Agrela Pinheiro adiantou que no terreno já se encontram alguns técnicos para averiguar os prejuízos, estando, nomeadamente, a fazer a contagem dos animais abatidos e a avaliar o cumprimento da legislação.
Segundo o director-geral de Veterinária, foram abatidos até ao momento 16 mil patos dos cerca de 90.000 das duas explorações pertencentes ao grupo Caça Brava, localizadas nos concelhos de Tomar e Vila Nova da Barquinha.
Agrela Pinheiro acrescentou que até ao fim da noite de hoje vão ser mortos um total de 30 mil aves, ficando depois o abate «condicionado ao comportamento dos animais».
Nas duas explorações encontram-se cerca de 40 pessoas, entre técnicos da direcção-geral de veterinária, bombeiros e protecção civil.
O responsável salientou que as seis exploração que ficam no perímetro de um quilómetro foram todas sujeitas a um controlo, devendo os resultados ser conhecidos durante a próxima semana.
«Neste momento há uma situação de normalidade aguardando-se os resultados das análises«, disse.
Na sexta-feira, o director-geral de Veterinária desdramatizou a detecção de patos com o vírus H5N2 em Portugal, frisando que se trata de um sub-tipo de vírus que não causa doença aos animais e que não é transmissível ao homem.
«Estes animais não estão doentes e não há qualquer situação de mortalidade anormal. Mas a legislação actual é mais apertada e quando aparecem animais, mesmo com tipos de vírus com baixa patogenicidade, as explorações têm de ser colocadas em sequestro e os animais abatidos», afirmou à Agência Lusa Agrela Pinheiro.
Estes casos foram detectados no âmbito do programa de vigilância da gripe das aves, que durante este ano já realizou mais de cinco mil análises a aves de produção e a aves selvagens, segundo números avançados à Lusa por Agrela Pinheiro.
Fonte: Diário Digital