Greenpeace publica lista vermelha de peixe

A Greenpeace apresentou ontem em Lisboa a lista vermelha de peixes que têm sérios riscos de serem provenientes de pescas ou de viveiros insustentáveis e que são comercializados em Portugal. A publicação foi hoje distribuída por activistas da Greenpeace a consumidores de supermercados em Lisboa, mostrando as quinze espécies que se encontram em pior situação, como, por exemplo, o bacalhau do Atlântico.

A lista vermelha de peixes é uma ferramenta fácil e eficaz tanto para os consumidores, como para a indústria e todos os sectores interessados em garantir o futuro da pesca. “Os supermercados têm o poder de gerar a procura de peixe sustentável e de mudar a oferta aos consumidores e desta forma garantir que os nossos oceanos não sejam destruídos,” explica Beatriz Carvalho, responsável pela campanha do peixe sustentável da Greenpeace em Portugal.

“Para algumas espécies, há a possibilidade de obter peixe sustentável, por isso, o consumidor tem o direito de ser informado correctamente sobre a proveniência e a sustentabilidade do peixe que adquire. Está na altura de escolher o peixe e não morder o anzol”, sublinhou Beatriz Carvalho. Por este motivo, a Greenpeace já enviou um inquérito aos supermercados sobre as políticas de compra e comercialização de peixe por eles praticadas.

Entre as 15 espécies da lista, encontra-se o bacalhau do Atlântico, cuja maioria dos stocks registam sobrepesca. Na Terra Nova, por exemplo, a pesca comercial está encerrada desde 1993 e os stocks ainda não recuperaram. “Os Portugueses sempre estiveram ligados ao mar e têm uma tradição culinária intrinsecamente relacionada com o peixe, contudo não têm conhecimento do estado dos oceanos e da pesca. O povo português tem um papel importante na tarefa de ajudar a pressionar os supermercados para que mudem e com isso garantir o peixe para o futuro”, concluiu.

A lista vermelha de peixe é fruto de uma investigação que os cientistas da Greenpeace, junto com activistas portugueses, realizaram desde o ano passado acerca do estado dos stocks das espécies comerciais presentes no mercado português. Para a elaboração da lista, a Greenpeace desenvolveu, juntamente com cientistas, uma metodologia para avaliar o estado dos stocks e das técnicas utilizadas na pesca, ou na produção de espécies pesqueiras em Aquacultura.

A Greenpeace faz campanha internacional para que 40% dos oceanos sejam classificados como Reservas Marinhas como a solução a longo prazo para a sobrepesca.

Fonte: Agroportal

Veja também

Consumo de café aumenta resposta ao tratamento da hepatite C

Os pacientes com hepatite C avançada e com doença hepática crónica que receberam interferão peguilado …