O Governo quer apostar no desenvolvimento da produção agrícola integrada, mais respeitadora do ambiente que o método tradicional, defendendo que Portugal pode aumentar bastante a área e as espécies cultivadas daquela forma.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Rui Nobre Gonçalves, explicou hoje à agência Lusa que o Ministério da Agricultura pretende contribuir para a divulgação da produção e protecção integrada, tanto junto dos agricultores, como dos consumidores.
No final do ano passado, Portugal tinha 200 mil hectares de culturas que seguiam o sistema integrado, das quais 158 mil na protecção integrada e as restantes na produção integrada.
A produção integrada é um sistema que visa a obtenção de produtos de qualidade “utilizando recursos naturais e os mecanismos de regulação natural” em vez de factores prejudiciais ao ambiente, refere uma informação do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas.
O secretário de Estado explica que a produção integrada permite o cultivo de uma área mais ampla que a agricultura biológica, pois esta obedece a parâmetros muito rigorosos.
A protecção integrada está relacionada com o “processo de luta contra organismos nocivos” à agricultura, de uma forma economicamente viável, só usando pesticidas químicos quando não há outra alternativa.
Quanto às espécies, dos 158 mil hectares de protecção integrada, cerca de 40 por cento referiam-se a vinha, 41 por cento de olival, 25,4 por cento maçã e pêra e 7,4 por cento a cereais.
Na produção integrada, que já abrange 20 mil agricultores em todo o país, depois da vinha, com a maior parte da área (44,7 por cento), aparece o arroz, com 35,2 por cento.
Para concretizar o objectivo de desenvolver este sistema agrícola, “existem apoios para as associações de produtores, principalmente na área da formação, e para os agricultores, para os seus projectos de produção integrada”, avançou Nobre Gonçalves.
Além das campanhas realizadas pelo Ministério e pelas empresas do sector, os vários programas existentes para a agricultura incluem medidas destinadas ao apoio da produção integrada.
Nobre Gonçalves afirmou que através da produção integrada, os agricultores usam menos adubos, produtos menos tóxicos e em menores quantidades, o que permite a redução de custos.
Por isso, “os custos de produção por hectare são menores no sistema integrado do que no tradicional”, frisa.
Na segunda-feira, Nobre Gonçalves participa na Jornada sobre a produção Integrada, organizada pela Direcção-geral da Protecção de Culturas e Associação de Regantes de Alcácer do Sal.
O responsável governamental visita também a Herdade da Terça, naquela região, onde já se optou pela produção integrada de arroz.
Fonte: Agroportal