Seca: Barragem do Alvito está a transferir 18 milhões m3 para Odivelas

A barragem de Alvito está desde sexta- feira a libertar caudais para a albufeira de Odivelas, Ferreira do Alentejo, estando a operação programada para transferir, durante 45 dias, cerca de 18 milhões de metros cúbicos de água.

Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo com o pelouro do Ambiente, Nuno Lecoq, explicou sábado que esta transferência começou ao final da manhã de sexta-feira.

«As comportas de Alvito foram abertas mais cedo, porque estiveram a ser efectuados testes. às 12:30 é que, efectivamente, foram libertados os primeiros caudais para a ribeira de Odivelas, sobretudo em direcção à albufeira», disse.

A medida já tinha sido decidida há algum tempo, mas só agora foi concretizada pelo Instituto da Água (Inag), já que a albufeira de Odivelas, que serve para o regadio do perímetro do mesmo nome, onde está integrada a Infra-estrutura 12 de Alqueva, apresentava um nível de armazenamento reduzido.

No último relatório quinzenal do Programa de Acompanhamento e Mitigação dos Efeitos da Seca, referente à primeira quinzena de Junho, é referido que Odivelas apresentava menos de metade da água da sua capacidade máxima de armazenamento (que é de 103 milhões de metros cúbicos).

Por seu turno, Alvito, que serve apenas para o abastecimento público de cinco municípios, num total de cerca de 30 mil habitantes, tinha, nessa altura, perto de 88% de disponibilidades de água, considerando que, à cota máxima, armazena aproximadamente 197 milhões de metros cúbicos.

A operação de libertação de caudais agora iniciada, segundo Nuno Lecoq, visa transferir cerca de 10 milhões de metros cúbicos para Odivelas, «para reforçar a água disponível para rega», e um milhão para as captações directas no rio Sado, «para o perímetro do Vale do Sado».

Além disso, «cinco milhões de metros cúbicos vão ser transportados para regar cerca de mil hectares de olival localizados entre o perímetro de Odivelas e do Roxo, que já estavam em risco de perder-se».

Os outros dois milhões de metros cúbicos libertados de Alvito, frisou o responsável, «estão contabilizados nas perdas e infiltrações» que vão ocorrer, inevitavelmente, durante o trajecto dos caudais.

«As comportas estão abertas 30 centímetros e, como exemplo, se uma gota de água a partir de Alvito fosse monitorizada, levaria uma hora a percorrer meio quilómetro», adiantou Nuno Lecoq, para sublinhar que toda a operação «está controlada e devidamente estudada».

O vice-presidente da CCDR argumentou ainda que os impactos «só serão positivos, não negativos», porque a medida permite «dar garantias à rega em Odivelas», apesar da seca, não causando «qualquer problema a Alvito, que tem água suficiente».

Fonte: Diário Digital

Veja também

Consumo de café aumenta resposta ao tratamento da hepatite C

Os pacientes com hepatite C avançada e com doença hepática crónica que receberam interferão peguilado …