Cerveja: Vendas portuguesas crescem 3,6% para 740 milhões de litros em 2004

As vendas da indústria cervejeira portuguesa cresceram 3,6 por cento em 2004, face a 2003, para 740 milhões de litros, anunciou hoje o presidente da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV).

Segundo os dados divulgados no Porto por Manuel Ferreira de Oliveira, as vendas no mercado externo e interno no ano passado totalizaram os 884 milhões de euros, o que representa 0,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) português, contra 1,5 por cento do PIB da União Europeia (UE).

De acordo com o responsável, Portugal exporta anualmente mais de 125 milhões de litros de cerveja, 17 por cento da sua produção total, e importa 1,6 milhões de litros.

“O mercado está estabilizado, é exportador, eficiente e competitivo, o que permite, por um lado, termos qualidade a baixo custo e, por outro, barrar as importações”, frisou Ferreira de Oliveira.

Por empresas associadas, em 2004 a Unicer – Bebidas de Portugal, que detém actualmente 16 marcas de cervejas, produziu 406 milhões de litros e a sua concorrente mais directa, a Sociedade Central de Cervejas, com 14 marcas no mercado, produziu 307 milhões de litros.

A ECM (Empresa de Cervejas da Madeira) conseguiu o ano passado um volume de cerveja produzida de 18,6 milhões de litros, a CEREURO obteve um total de 9,2 milhões de litros produzidos e a João Melo Abreu 2,8 milhões de litros.

“Conseguimos qualidade aos preços mais baixos da UE, quer em termos absolutos, quer relativos”, sustentou Ferreira de Oliveira, lembrando que Portugal paga duas vezes mais que Espanha em Imposto Especial sobre o Consumo (IEC).

A propósito, e considerando tratar-se de uma “grande penalização”, o presidente da APCV lamentou que Portugal pague 16 cêntimos por cada litro de cerveja que coloca no mercado, Espanha paga oito cêntimos.

A indústria cervejeira portuguesa produz anualmente 744 milhões de litros, sendo o 11º maior produtor entre os 21 membros da associação The Brewers of Europe, cuja vice-presidência está também a cargo de Ferreira de Oliveira.

As sete unidades de produção de cerveja em Portugal empregam directamente 1.256 trabalhadores e indirectamente (relacionados essencialmente com a actividade agrícola) mais de 5.000.

No país consomem-se anualmente 637 milhões de litros de cerveja.

Destes, referiu, apenas 27 por cento representam o mercado feminino, razão pela qual a APCV pretende agora apostar no “consumo moderado” do produto entre as mulheres portuguesas.

Segundo o presidente da APCV durante a I Semana Nacional da Cerveja, que começa sexta-feira e termina dia 29, a associação desenvolverá eventos exclusivamente dirigidos ao público feminino, para divulgar as “qualidades e os benefícios” do seu consumo moderado.

“O objectivo é aproximar Portugal dos restantes países da UE, por exemplo de Espanha, onde 36 por cento das mulheres consomem aquele produto”, frisou o responsável.

Durante a próxima semana, serão assim distribuídos 20.000 folhetos em ginásios da Grande Lisboa e do Grande Porto, para divulgar “o potencial contributo da cerveja para um estilo de vida saudável e para uma dieta equilibrada”.

Quarta-feira, em Lisboa, a APCV abordará o tema “A Cerveja e a Saúde da Mulher”, onde além de serem apresentados estudos sobre efeitos benéficos da cerveja na prevenção de problemas como a osteoporose e o cancro da mama, será também realizada uma degustação de várias cervejas.

A associação organiza estas iniciativas na semana em que se comemora o dia de S. Jorge (domingo), patrono da confraria da cerveja, sendo o ponto alto das comemorações a cerimónia de entronização de novos confrades.

Belmiro de Azevedo, Carlos Monjardino, Mafalda Arnauth e Júlio Isidro estarão entre as personalidades entronizadas.

Fonte: Agroportal

Veja também

Consumo de café aumenta resposta ao tratamento da hepatite C

Os pacientes com hepatite C avançada e com doença hepática crónica que receberam interferão peguilado …