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O gado está autorizado a pastar nas searas envolvidas nos projectos agro-ambientais. A autorização foi concedida por Bruxelas e anunciada ontem pelo ministro da Agricultura, Jaime Silva, durante uma reunião, em Beja, com os agricultores do Baixo Alentejo. Trata-se de uma medida concreta para fazer face à seca. Os produtores de gado admitem ser um “balão de oxigénio” que lhes vai permitir poupar largos milhares de euros na alimentação dos efectivos pecuários, depois das despesas já registadas com a aquisição de palhas, sendo esta uma medida prioritária entre as propostas avançadas pelo sector. É que a esmagadora maioria das searas está perdida e o facto de servirem de alimento para os animais é a única forma do prejuízo não ser total entre as sementeiras de aveia, trigo e cevada. Sebastião Rodrigues, porta-voz da Federação de Agricultores do Baixo Alentejo, diz ao DN que “esta decisão permite a Bruxelas e ao Estado português não gastarem dinheiro”, alertando que, nestes moldes, o Alentejo ainda detém alguns recursos para alimentar as cabeças de gado durante algumas semanas. Já para efeitos de abeberamento dos animais e da abertura de furos, Jaime Silva anunciou uma medida de auxílio, traduzida numa linha de crédito a três anos. Os agricultores garantem que para o imediato “pode ser importante”, embora receiem que a subida das temperaturas agrave o problema durante o Verão. Um alerta que o ministro não ignorou, mostrando-se disponível para renegociar todas as medidas com a Comissão Europeia, admitindo que não sabe “quando a seca vai acabar”. De resto, Jaime Silva, que visitou alguns dos locais fustigados pela seca no Baixo Alentejo, não teve pejo em adjectivar o cenário de “muito grave”.
Fonte: DN
