Vinho do Porto: Empresas Insistem na Defesa da Propriedade Intelectual

A Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP) vai insistir junto da Comissão Europeia na criação de um “lobby necessário” para apoio na defesa da propriedade intelectual da região demarcada, disse à Lusa a directora executiva.

A Comissão autorizou ontem a comercialização pela África do Sul de vinhos com as designações “Vintage”, “Tawny” e “Ruby”, acabando assim com as menções tradicionais exclusivas até agora do Vinho do Porto.

A “luz verde” à África do Sul surgiu depois do acordo estabelecido em Dezembro entre a União Europeia e os Estados Unidos, que também autoriza aquele país a utilizar as designações tradicionais e que recebeu o voto contra de Portugal, Alemanha e Áustria.

De acordo com Isabel Marrana, as empresas de Vinho do Porto vão quinta-feira escrever novamente à Comissão Europeia e insistir no pedido feito em Dezembro de financiamento, com 10 milhões de euros, da promoção de campanhas de esclarecimento que expliquem aos consumidores norte-americanos “que existe uma região demarcada e um terreno onde se produz este vinho”.

De acordo com a responsável, a autorização era já esperada e por isso “não constituiu nenhuma surpresa” para os agentes do sector, mas é importante que se explique aos consumidores de todo o mundo a origem do Vinho do Porto.

Para Isabel Marrana, em termos comerciais, a África do Sul é quase inexistente nas exportações de Portugal de Vinho do Porto, mas os seus clientes, países vizinhos e EUA, preocupam os produtores e comerciantes portugueses, sobretudo em relação às vendas nos EUA.

Contactado pela Lusa, o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto desvalorizou a medida autorizada ontem pela Comissão Europeia e contrapôs com o salto, que considerou “claramente positivo”, relativamente à exclusividade da denominação “Port” ou “Porto” na África do Sul.

“Deixou de ser possível à África do Sul exportar e vender vinho com a denominação Port e isso é claramente positivo para Portugal em termos de comercialização do Vinho do Porto”, defendeu Jorge Monteiro.

Relativamente à informação ao consumidor, o responsável sublinhou igualmente a importância de promover a região demarcada internacionalmente, sobretudo nos EUA, onde existe um “grande mercado” que compra Vinho do Porto e que deve estar informado sobre as diferenças entre a denominação “Port” e as designações “Vintage”, “Tawny” ou “Ruby”.

Em Portugal, o Vinho do Porto representa 60 por cento do total de 500 milhões de euros anuais de exportação de vinhos.

Fonte: Lusa

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