UE / Pescas: Portugal recusa abolição de redes de emalhar e redução de carapau

A recusa da abolição das redes de emalhar das artes de pesca e da redução das capturas de carapau são pontos centrais da negociação portuguesa das quotas para 2007, disse hoje em Bruxelas o ministro da tutela.

A Comissão Europeia quer proibir o uso de redes de emalhar nas artes de pesca em todos os Estados-membros, medida com a qual o ministro da Agricultura e Pescas, Jaime Silva, que está reunido em Bruxelas na reunião com os seus homólogos da União Europeia, disse discordar.

“É uma arte de pesca tradicional na zonas portuguesas e que já a limitamos a autorizações para palangres de fundo”, sublinhou o ministro, adiantando que o uso destas redes, nas quais o peixe fica preso por uma malha, só levanta problemas no Norte da Europa.

Em relação à proposta para a pesca do carapau – para as quais Bruxelas propõe uma redução de 15 por cento nos totais admissíveis de captura (TAC) nas águas de Portugal Continental e de 20 nas das regiões autónomas – Jaime Silva sublinhou ser inaceitável.

“A proposta não tem como base um parecer científico”, referiu.

A proposta de redução da Comissão tem como base o facto de Portugal nunca pescar sempre aquém da quota do carapau, mas Jaime Silva sublinhou que o sobrante é utilizado para trocas com outros países.

Por outro lado, as quotas de carapau são ainda utilizadas como alternativa de pesca quando se atinge o limite noutras espécies.

Também a redução da quota de tamboril é recusada pelo ministro português.

“Pedimos uma continuação do mesmo nível de TAC e quotas do ano passado”, disse aos jornalistas.

Em relação à pescada, espécie que é objecto de um plano de recuperação, Jaime Silva sublinhou a responsabilidade que Portugal tem na manutenção dos “stocks”, aceitando a redução de dez por cento das quotas, avançada por Bruxelas.

“De acordo com os nossos pareceres científicos, é uma espécie que devemos gerir com muito cuidado”, sublinhou.

A habitual “maratona” negocial das TAC para a maioria das espécies iniciou-se hoje sem que tenha havido qualquer acordo.

Os trabalhos recomeçam na quarta-feira, sendo de esperar que se prolonguem pela madrugada de quinta.

Fonte: Agroportal

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