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Um milhão de portugueses poderá vir a ser afectado pela diabetes dentro de 20 anos, o dobro do número de doentes actuais, disse à agência Lusa o presidente do VII Congresso Português de Diabetes, que esta quarta-feira começa em Vilamoura.
De acordo com aquele especialista, Luís Gardet Correia, o sedentarismo, a obesidade e o stress – que caracterizam o estilo de vida ocidental – serão as principais razões do previsto aumento, de 500 mil para 800 mil a um milhão de doentes em duas décadas.
Organizado pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), o congresso reunirá mais de um milhar de clínicos de várias especialidades, enfermeiros e outros profissionais num hotel de Vilamoura, entre hoje e sábado.
Segundo Luís Gardet Correia, ao contrário do que por vezes se diz, a diabetes não é hereditária, existindo sim uma susceptibilidade hereditária para a doença, que pode ou não ser «activada».
«Há pessoas que têm essa predisposição mas nunca chegam a ter a doença, mas há outras que contraem a doença apenas em função do estilo de vida que fazem», concretizou.
Entre os factores susceptíveis de levar à doença, estão os maus regimes alimentares, com ingestão de açúcares de absorção rápida, excesso de gorduras e colesterol elevado.
A falta de exercício físico e o stress também ajudam ao desenvolvimento da doença, que se caracteriza por um excesso de açúcar no sangue e, em casos extremos, pela existência de problemas graves em locais do corpo, devido a esse excesso.
De acordo com o presidente do Congresso, além do padecimento físico, os doentes diabéticos sofrem também psicologicamente, «devido à marginalização a que são obrigados, por exemplo num restaurante à hora das sobremesas».
Além dos diabéticos de «tipo 2», a esmagadora maioria, existem em Portugal cerca de 30 a 40 mil diabéticos de «tipo 1», que dependem da insulina artificial para fazer baixar os níveis de açúcar no sangue.
A apresentação de novos tipos de insulina é, de resto, um dos temas do congresso, onde também serão apresentadas outros novos tratamentos.
O congresso, em que serão conferencistas vários especialistas estrangeiros, encerra no sábado, com a realização de uma marcha designada «Acerte o Passo com a Saúde» e um simpósio sobre o novo Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes.
Aquele programa, existente desde 1995 com a chancela do Ministério da Saúde e da SPD, está agora em fase de revisão.
Fonte: Diário Digital
