Saúde: 40% das mulheres acima dos 45 anos tem osteoporose

Quase 40 por cento das mulheres portuguesas com mais de 45 anos diz ter osteoporose, mas seis por cento afirma que ainda não consultou um médico para tratar a doença, segundo um estudo da Associação Nacional Contra a Osteoporose (APOROS) hoje divulgado.

Precisamente «38,1 por cento das mulheres com mais de 45 anos refere ter osteoporose, o que extrapolando para a população portuguesa corresponderá a cerca de 895 mil mulheres [cerca de nove por cento da população portuguesa]», mostra a investigação promovida pela APOROS e pela Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR).

No total da amostra em estudo, um quarto das mulheres com mais de 45 anos assume que nunca consultou um médico para falar sobre a osteoporose, apesar da esmagadora maioria (92,3 por cento) a considerar «uma doença incapacitante».

«Temos vindo a assistir a um aumento progressivo do conhecimento do que é a osteoporose», destacou a presidente da APOROS, Viviana Tavares, durante a apresentação do estudo, em Lisboa, alertando que, no entanto, «ainda falta fazer muito» por ser «fundamental que as pessoas reconheçam o seu risco de fractura» para que façam prevenção.

O objectivo da análise é «consciencializar sobre os factores de risco, nomeadamente sobre aqueles que podem ser evitados», disse a médica reumatologista.

Os factores de risco da patologia podem ser a menopausa, a idade ou o historial familiar. Contudo, factores externos como uma alimentação deficiente, a falta de exercício, o consumo de álcool e de tabaco, bem como o baixo peso também são apontados como causas para o seu desenvolvimento.

Apesar de ser uma doença que afecta faixas etárias mais avançadas, o baixo peso é «particularmente importante nas [mulheres] jovens», alertou Viviana Tavares, uma vez que é com hábitos de vida saudáveis que se inicia a prevenção.

A oferta de um maior número de possibilidades terapêuticas, como o tratamento mensal, «pode reduzir a percentagem de abandonos», acrescenta o presidente da LPCDR, Jaime Branco, uma vez que esse é «um dos principais problemas nas doentes de osteoporose».

Segundo o estudo, 24,6 por cento das mulheres com osteoporose afirma não estar a fazer tratamento.

Sobre este ponto, Jaime Branco esclarece que «a maior parte da desistência da terapêutica se deve à inexistência de sintomas», e sublinha que o que a pessoa trata é o factor de risco, porque «a doença é a fractura».

A osteoporose é provocada pela diminuição da resistência dos ossos que, ao se tornarem mais frágeis, ficam mais susceptíveis de quebrarem, podendo a doença progredir sem sintomas dolorosos até ocorrer uma fractura.

O estudo nacional que veio revelar novos dados foi realizado pela CAM/Cegedim Strategic Portugal entre 11 e 20 de Março de 2008, com a recolha de dados através de chamadas telefónicas num universo de estudo de 500 mulheres, distribuídas geograficamente.

Fonte: Diário Digital

Veja também

Consumo de café aumenta resposta ao tratamento da hepatite C

Os pacientes com hepatite C avançada e com doença hepática crónica que receberam interferão peguilado …