Muitos agricultores europeus deverão optar pela produção de cereais e oleaginosas, depois da aprovação da reforma da organização comum de mercado do açúcar. A permanência das culturas de beterraba deverá ocorrer, em grande parte, para a produção de biocombustíveis.
A reforma do sector do açúcar «significa que 900 mil hectares de beterraba na UE deverão desaparecer com a maior parte dessa área a ser convertida para cereais», afirmou o porta-voz da associação de produtores de trigo francesa AGPB. «Isto conduzirá a que a UE produza pelo menos mais quatro milhões de cereais, até 2012», estimou Pascal Hurbault.
Os biocombustíveis podem ser uma alternativa para alguns agricultores, já que o consumo dos mesmos deverá aumentar exponencialmente, na sequência de incentivos governamentais. É que os biocombustíveis constituem um dos sectores de maiores apostas para a redução das emissões de gases com efeito de estufa.
A Autoridade para a Agricultura e Desenvolvimento Alimentar da Irlanda declarou que os produtores de açúcar do país têm alternativas e que a última fábrica de açúcar irlandesa poderá, eventualmente, ser convertida numa unidade de processamento de biocombustíveis, avança a Reuters.
Também a Polónia vê alternativas ao açúcar. «Possivelmente, veremos um aumento na área plantada com cereais, provavelmente já no próximo ano, embora seja virtualmente impossível estimar, agora, em quanto», afirmou o especialista polaco em cereais e oleaginosas, Wieslaw Lopaciuk.
Em Itália, os agricultores vão virar-se, provavelmente, para o cultivo do trigo e do milho. O director-geral da Associação Nacional de Produtores de Açúcar de Beterraba, Carlo Biasco, adiantou que as fábricas de açúcar deverão ser convertidas para a produção de etanol.
Fonte: Reuters e Confragi