Químicos: apenas um terço dos produtos agrícolas é tratado

Quase um terço das embalagens dos produtos químicos utilizados na agricultura já é recolhido e tratado num centro especializado na transformação de resíduos perigosos, mas Portugal ainda está longe da meta de 60 por cento, marcada para 2011.

Devagar se vai ao longe. Apesar de reduzidos, os números «têm sido considerados pela Agência Portuguesa do Ambiente muito positivos», afirmou Armando Murta, director-geral da Valorfito, empresa responsável pelo tratamento destas embalagens, em declarações à agência Lusa.
Das 730 toneladas de embalagens de produtos fitofarmacêuticos para agricultura colocadas no mercado anualmente, em 2009 foram recolhidas 201 toneladas, ou seja, cerca de 30 por cento do total, segundo dados da empresa.

Armando Murta não pinta o cenário tão negro porque considera que a meta dos 60 por cento, à luz da realidade portuguesa, era «muito difícil». A faixa etária dos agricultores não ajuda. «Temos ainda muitos agricultores numa faixa etária de 55 e 60 anos ou mais que estavam habituados a outras práticas».

Para além de que a comparação dos números de uns anos para os outros carece de interpretação. É verdade que o número de toneladas recolhidas baixou em 2009 face a 2008. A quantidade de embalagens recolhida desceu em 2009, ficando nas 201 toneladas, contra 249 um ano antes. Mas, Murta explica que «há um factor muito importante que é a quebra de produto colocado no mercado», que passou de 22 429 toneladas, em 2008, para 20 800 toneladas, em 2009.

O responsável mostrou-se, no entanto, «confiante» no regresso do crescimento, este ano, da quantidade de produtos vendidos, assim como das recolhas de embalagens usadas. A meta não está definida, mas Armando Murta prevê que sejam atingidas 280 a 300 toneladas.

Os produtos fitofarmacêuticos são usados tanto nas sementeiras como no posterior tratamento das plantas. Devido às características tóxicas de alguns deles, são exigidos cuidados no manuseamento e também no destino a dar às embalagens.

Aos poucos, os agricultores e os distribuidores dos produtos fitofarmacêuticos, ou pesticidas, têm aderido à Valorfito, da responsabilidade do Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em Agricultura, o SIGERU, através do qual cerca de 640 centros de recolha em todo o país estão licenciados para receber, duas vezes por ano, em Maio e Outubro, os invólucros.

As embalagens utilizadas, consideradas resíduos perigosos, são depois transportadas para a estação de tratamento, na Chamusca.

Fonte: IOL Diário

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