Produtores querem tirar sector leiteiro da ‘ruína’

Produtores de leite do país reúnem-se esta segunda-feira em Vila do Conde para concertarem “formas de luta que alertem o Governo para a situação de ruína do sector leiteiro”. “O Governo português não está a proteger os nossos interesses e, desta forma, pretendemos exercer o nosso direito à indignação por toda esta situação”, explicou Carlos Neves, dirigente da Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROLEP).

Além da APROLEP, o encontro é também promovido pelas associações de Agricultores de Vila do Conde e dos Jovens Agricultores do Distrito do Porto (AJADP) e decorre no auditório da Cooperativa Agrícola de Vila do Conde. Sob o lema “Preço do Leite: que fazer”, a reunião visa ainda fazer uma análise “às actuais dificuldades da produção”, porque a situação está-se a tornar “insustentável para os produtores nacionais”, disse Carlos Neves.

Entre Janeiro de 2010 e Fevereiro de 2011, “o adubo azotado subiu 52 por cento, o gasóleo agrícola aumentou 32 por cento e as rações, que representam metade das despesas duma exploração leiteira, tiveram um acréscimo de 35 por cento”. Contrariamente, “o preço do leite manteve-se”, denunciou.

Os agricultores voltam a lamentar que seja a distribuição que “dita as regras de mercado, mantendo-se insensível às dificuldades vividas por milhares de produtores que não podem assumir sozinhos a factura da crise”, adiantou ainda Carlos Neves.

Com tantas dificuldades, os produtores não entendem como é que o Governo “pode aconselhar os jovens a investir e assumir as explorações’ e questionam “para que servem as linhas de crédito bonificadas se os produtores não ganham dinheiro’. Os produtores vão manifestar-se porque o Governo “não pode ficar de braços cruzados a assistir à ruína de milhares de famílias” que dependem deste sector, sublinhou o também produtor.

Em nome de todos os empresários ligados a esta área, Carlos Neves “pretende que, e à semelhança do que vem sendo feito por outros governos europeus, se estabeleçam mecanismos de ajuste do preço face à evolução dos custos de produção à valorização dos lacticínios no mercado”. Os produtores “precisam de um aumento de cinco cêntimos por litro de leite”, caso contrário, “entram na ruína”, concluiu.

Fonte: Anil

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