Preço é vantagem, mas atenção ao rótulo

A discussão sobre marcas próprias mantém-se polémica. De um lado a Associação de Defesa do Consumidor (DECO), diz não ter ideias pré-concebidas. Do outro, a Federação Nacional das Cooperativas de Leite e Lacticínios (Fenalac), para a qual a aposta da distribuição nos produtos de marca própria é penalizadora e reduz lucros.

Jorge Morgado, secretário-geral da DECO, disse que “nos testes comparativos encontramos bons produtos e outros com menor qualidade, tanto nas marcas próprias como nas dos fabricantes”. Um exemplo: a associação comparou marcas de pescada congelada embalada e vendidas a granel. E concluiu que a escolha mais acertada, e mais económica, recaiu numa marca própria. Na pescada vendida a granel ambas ficaram bem cotadas.

A DECO alerta para que os consumidores não devem olhar apenas para o preço na hora de comprar. “Apesar de estes produtos serem mais baratos, os consumidores devem aceder a informação adicional das associações de consumidores, como segurança, qualidade e assistência técnica para decidirem”, diz Jorge Morgado.

A questão da origem dos bens por vezes é apontada como uma desvantagem das marcas próprias. Fernando Cardoso, secretário-geral da Fenelac, afirmou que nos últimos anos tem havido uma pressão indirecta dos hipermercados para impor as marcas próprias, sendo que hoje para conseguirem preços mais baixos compram, por exemplo, fora de Portugal. Duarte Raposo Magalhães, presidente da Centromarca, diz que “muitos produtos de marca própria são importados e fabricados em locais que permitem um preço mais baixo”. Mas que se poderá ver os critérios de qualidade aplicados nesses mercados serem postos em causa.

Esta pressão do preço de custo tem sido eficaz ao ponto de as marcas próprias comprarem 25 por cento do leite no estrangeiro. Fernando Cardoso refere que esta aposta tem complicado a situação dos produtores nacionais que ainda vêem as suas marcas colocadas com menor destaque nas prateleiras dos hipermercados. Jorge Morgado sublinha que o mercado livre na União Europeia dificultou a classificação de um bem 100 por cento português. Isto porque a matéria-prima pode ter sido produzida num país, transformado e embalado noutro e comercializado em Portugal.

Fonte: Anil

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