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O preço da produção de leite deverá manter-se na ilha Terceira até ao próximo mês de Fevereiro. São 25.75 cêntimos, por litro, o valor pago actualmente aos produtores locais, depois de verificada a estabilidade dos mercados internacionais desde há três meses. Recorde-se que, a partir de 1 de Outubro de 2010, o preço da produção de leite aumentou um cêntimo na Terceira.
Três meses depois de o preço da produção de leite sofrer um aumento de 24.75 cêntimos para 25.75, por litro, na ilha Terceira, devido a uma ligeira melhoria dos mercados internacionais, a União das Cooperativas de Lacticínios Terceirense (Unicol), pela voz de João do Couto, revela que o valor deverá manter-se em vigor até ao final do próximo mês de Fevereiro ao contrário do que havia sido previsto inicialmente.
“Ficámos de avaliar [a situação] até ao dia 31 de Dezembro passado conforme os mercados internacionais. Ficou deliberado então que o preço deverá manter-se até ao final de Fevereiro”, revela o responsável, acrescentando que, a partir da última data, igualmente provisória, “o caso será novamente analisado”. “Nessa altura veremos o que se vai passar consoante o funcionamento dos mercados”, salienta.
João do Couto salienta ainda que os mercados nacional e estrangeiro continuam a emitir “sinal mais”, isto é, as negociações revelam-se favoráveis na compra e venda desse produto do sector agrícola. “O cenário é mais ou menos o mesmo em comparação com o de há três meses portanto nós vamos manter os valores que nos responsabilizámos até ao final do passado mês de Dezembro”, reforça.
Por outro lado, os números da tabela referente a cereais e outras matérias-primas utilizadas para o fabrico de rações, nomeadamente para consumo do gado bovino, indicadores de uma gradual diminuição, segundo o presidente da Unicol, revelam indícios de “mais uma subida de preço”.
“Os cereais estão cada vez mais inflacionados e, portanto, nós não podemos garantir a estabilidade dos preços praticados. Tudo depende das próximas compras que nós fizermos”, adianta considerando que, presentemente, “os cereais estão muito mais caros do que há dois meses”. “Houve uma subida de preço há um mês, os nossos concorrentes já haviam subido e nós aguentámos três meses. A partir de agora os valores vão continuar a subir e vamos ver onde poderemos ir”, diz.
Neste contexto, recorde-se, conforme o dirigente associativo havia declarado, a Unicol tinha criado estruturas de armazenagem que iriam permitir manter os preços durante um determinado período de tempo com base nos valores decretados pelos mercados do sector agrícola à escala europeia.
“Abaixo dos preços da Europa”
Já o presidente da Associação Agrícola da Ilha Terceira (AAIT) considera que os preços praticados no mercado local situam-se abaixo da realidade a nível da Europa. Paulo Simões Ferreira justifica a sua posição precisamente com base na “estabilidade dos valores das tabelas”.
“Não se tem registado grandes oscilações nos números. Logo, se os mercados têm andado bons e estáveis, talvez se justificasse mais do que esse cêntimo que é dado nessa altura”, declara o dirigente associativo, referindo-se ao aumento de 24.75 cêntimos para 25.75, por litro de leite ao produtor, em Outubro do ano transacto. “Aquele cêntimo aumentado em Outubro justificava-se, mas, agora, comparativamente ao que se está a passar a nível da Europa, nós estamos um pouco abaixo dos preços praticados neste momento”, sublinha.
Enquanto Fevereiro é o mês indicado como meta para proceder a uma reavaliação dos mercados internacionais no que concerne à produção de leite, os preços de cereais e adubos, bem como dos combustíveis, critica Paulo Simões Ferreira, vão sofrer outros aumentos significativos.
“ [O preço dos cereais e adubos] Tem vindo a subir e a perspectiva é de subir ainda mais. Para agravar a situação verifica-se a subida excessiva do preço dos combustíveis que, há uns anos a esta parte, não tem parado. Em cerca de 1000 litros de gasóleo agrícola temos um aumento de 200 euros num espaço de um ano ou pouco mais”, indica. É de recordar que, em termos globais, a subida de preço dos cereais e adubos, resulta da diminuição da produção de matérias-primas durante 2010.
Fonte: Anil
