Ourique: Retiradas 15 toneladas de peixes mortos por dia

Em dois dias, foram retiradas da barragem do Monte da Rocha, em Ourique, 30 toneladas de peixe morto. As autoridades já admitiram que as operações podem ser prolongadas por mais duas semanas, pois não sabem “o que está para vir”. Os ministérios do Ambiente e da Agricultura receiam que outras barragens possam ter problemas semelhantes, até porque ainda há muitos dias de calor pela frente.

O cenário é desolador na barragem do Monte da Rocha, onde as carpas estão a morrer devido ao intenso calor e ao reduzido caudal da albufeira, que se encontra a 30% da capacidade máxima. O ambientalista da Quercus José Paulo Martins explica que ao aquecimento da água se juntam o escasso oxigénio e as elevadas cargas orgânicas, com origem em adubos das pecuárias.

Depois, refere, “também a luminosidade cria óptimas condições ao desenvolvimento das cieno-bactérias, pelo que não é surpreendente o que está a acontecer e até é provável que haja mais peixes a morrer noutros locais”, diz, assumindo que a única forma de prevenir estes desastres “é retirar o peixe em vida das barragens quando elas começam a ficar com pouca água”.

Ontem, os peixes mortos continuavam a avolumar-se nas margens da represa, levando ao reforço das operações com dois pelotões do Exército, num total de 25 militares e meios técnicos do Regimento de Infantaria de Beja, que se juntaram aos 30 funcionários das autarquias de Ourique e Serpa.

O gabinete do ministro do Ambiente justifica ser esta a forma de assegurar que as águas não vão ser contaminadas, assumindo que há esse risco, caso os exemplares mortos permaneçam vários dias no interior da albufeira. “Neste momento não há perigo”, assegura fonte do ministério, adiantando que a fiscalização tem sido intensificada, para assegurar a qualidade da água nas barragens a sul do Tejo. Para hoje está previsto novo reforço dos elementos que retiram o peixe, para o enterrar numa herdade da zona, segundo o presidente da autarquia, António Afonso. Solução que o Ministério da Agricultura e das Pescas vê com bons olhos, até porque, diz o gabinete de Jaime Silva, o Governo tem parcerias com empresas produtoras de pasta de peixe, que poderiam aproveitar todos os exemplares vivos.

Fonte: JN

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