Oeste / Batata: Presidente da Câmara Lourinhã pede audiência ministro Agricultura

O presidente da Câmara da Lourinhã vai pedir uma audiência ao ministro da Agricultura para sensibilizar o Governante a atribuir ajudas aos produtores de batata da região, que hoje entregaram ao autarca um documento a solicitar medidas.

Meia centena de produtores de batata deste concelho dirigiram-se hoje em viaturas agrícolas até à Câmara da Lourinhã onde entregaram ao autarca um documento destinado ao ministro da Agricultura, Jaime Silva, a quem pedem ajudas com vista ao escoamento do produto.

“Vou pedir uma audiência ao ministro da Agricultura porque entendo que o Governo deve ajudar esta gente a salvar-se”, disse à Lusa o presidente da Câmara, José Manuel Custódio.

O autarca considerou que as preocupações com o escoamento do produto (os produtores alegam que devido aos baixos preços praticados pela concorrência externa não conseguem escoar a batata) são legítimas, acrescentando que “os outros países, nomeadamente a Espanha através das regiões autónomas, apoiam os produtores locais que assim conseguem vender o produto a preços muito baixos”.

José Custódio disse ainda que “até se encontrar uma nova forma de os agricultores se organizarem e virem a obter fundos do próximo quadro comunitário de apoio, o Governo deve apoiá-los porque correm o risco de desaparecer”.

Segundo o secretário-geral da Associação de Agricultores do Oeste, Feliz Jorge, que hoje promoveu a realização de uma reunião de produtores (realizada em Moita dos Ferreiros, concelho da Lourinhã) e a entrega do documento ao autarca, foi decidido pedir para “fazer face às dificuldades de escoamento uma ajuda (ao Governo) ao embalamento e promoção no mercado interno e externo, e uma ajuda especial para operar nos mercados lusófonos”.

“Os produtores não têm hipóteses de, sem ajudas, vender a batata no mercado nacional que se encontra inundado de batata espanhola a preços que não são competitivos para os produtores porque não cobrem os custos de produção”, afirmou o dirigente associativo.

Por outro lado, acrescentou, “não é possível exportar porque os produtores estrangeiros têm ajudas conseguindo obter vantagens nos preços. Trata-se de uma questão de política agrícola onde os produtores não podem fazer mais nada dada a agressividade do mercado”.

Os produtores da zona Oeste, sobretudo os do concelho da Lourinhã, tinham também há cerca de um mês planeado distribuir batata em Lisboa como forma de chamar a atenção para as suas preocupações, mas o protesto foi anulado após uma cadeia de supermercados ter aceitado entrar em negociações.

Contudo, contou hoje Feliz Jorge, “o negócio (que pretendia escoar mil toneladas de batata) nunca se concretizou porque os preços não eram viáveis para os produtores”.

“Pagavam 10 cêntimos o quilo mas os custos do embalamento e transporte ficavam por conta dos agricultores, logo o valor a receber caía para os 07 ou 08 cêntimos e esse é o custo de produção. Necessitávamos que o Estado pagasse dois ou três cêntimos para conseguirmos escoar o produto”, concretizou o dirigente associativo.

Na altura em que a acção de rua esteve prevista, o gabinete do secretário de Estado Adjunto, da Agricultura e das Pescas emitiu um comunicado sustentando que “não compete ao Ministério da Agricultura Desenvolvimento Rural e das Pescas assegurar a comercialização ou garantir o escoamento dos produtos no mercado”.

O governo referia que “os agricultores já possuem mecanismos de apoio às organizações de produtores, nomeadamente apoios à criação de infra-estruturas que possibilitem um melhor armazenamento e embalamento do produto de modo a que este chegue ao consumidor nas melhores condições de qualidade”.

Fonte: Agroportal

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