Agricultores exigem reposição de água gasta

A Associação dos Fruticultores, Viticultores e Olivicultores do Planalto de Ansiães (AFUVOPA) exigiu à Protecção Civil a reposição da água retirada dos charcos dos pomares de alguns associados, durante o combate a um incêndio. Nesse sentido, reuniram-se com o governador civil de Bragança, a quem apresentaram e justificaram os seus argumentos.

Em causa está a água gasta para apagar um incêndio que lavrou nas freguesias de Linhares e Marzagão, durante os primeiros três dias deste mês. O helicóptero que ajudou no combate às chamas encheu o balde (700 litros) por 57 vezes nas charcas de alguns pomares de macieiras. No total, foram gastos cerca de 40 mil litros de água, sem contar com a desperdiçada durante o enchimento do balde, por acção da hélice do helicóptero.

Agricultores “solidários”

Ora, os produtores dizem-se “solidários” com o problema dos incêndios, mas pensam que deve haver retorno, sobretudo num ano de seca como o actual. O presidente da AFUVOPA, António Barbosa, explicou, ao JN, que os agricultores “investiram muito dinheiro”, no último meio ano e já a contar com a seca, para bombar água de poços, furos e ribeiros, de modo a armazenar nos charcos água suficiente para regar as macieiras durante o Verão.

O dirigente salientou que a água gasta nos incêndios poderá “fazer muita falta” para fazer vingar a produção. “Sem água não há maçã; uma exploração de 20 ou 30 hectares de pomar sem rega pode representar o fracasso de uma empresa agrícola”, acrescentou.

O governador civil de Bragança, Jorge Gomes, compreendeu as razões da AFUVOPA “Não estamos nada interessados em que para apagar incêndios criemos problemas económicos nas explorações agrícolas”. Por isso, garantiu-lhes que a autoridade máxima concelhia da Protecção Civil, ou seja, o presidente da Câmara, deverá “accionar os meios para regularizar o problema”.

Água dos bombeiros

A reposição da água nas charcas dos pomares utilizadas pelo helicóptero vai ser feita através de auto-tanques dos Bombeiros Voluntários, que serão, em princípio, abastecidos a partir de um furo artesiano de que a corporação dispõe no quartel.

Na reunião com a AFUVOPA, o governador disse, ainda, ter ficado por dentro dos problemas que mais afligem os agricultores neste momento, mostrando-se disponível para “ajudar e não para prejudicar”. Daí que, para o futuro, Jorge Gomes pretenda que a Protecção Civil reponha, “num espaço curto de tempo”, a água retirada de poços em propriedades agrícolas, sempre que os meios de combate a incêndios a eles tiverem de recorrer.

Fonte: JN

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