O Impacto Económico da Obesidade

Os Estados Unidos e a Europa estão alarmados pela extensão da obesidade, ao ponto de se reunírem regularmente para debater acções em relação a este dossier. Além do problema médico, preocupam e muito as repercusões económicas do fenómeno. O custo para os sistemas de saúde sanitario e a perda de produtividade podem acabar por passar uma pesada factura. Nos países da UE, o custo com a obesidade representa 7 por cento do total dos gastos em saúde, sem contar com as despesas relacionadas com as baixas médicas.

Hoje em dia, apenas nos EUA e na UE existem já 120 milhões de pessoas obesas. É o que se conclui de uma cimeira entre europeus e norte-americanos realizada recentemente em Bruxelas para falar de uma estratégia comum para colocar travão ao que já se chama de epidemia do século XXI. De acordo com a Universidade John Hopkins de Baltimore, nos próximos quinze anos haverá 2.000 milhões de pessoas com excesso de peso.

Mas a obsesidade não é apenas um problema de saúde. “A incidência desta enfermidade tem repercussões financeiras especialmente importantes”, asseguram fontes da Comissão Europeia. De facto, segundo Bruxelas já representa cerca de 7% dos gastos de saúde pública. Por países é difícil encontrar dados homogéneos. Por exemplo, os serviços de saúde do Reino Unido assinalam que, apenas em Inglaterra, a obesidade é a causa de 18 milhões de dias de baixa por doença e de 30.000 mortes prematuras, o que corresponde a um gasto em cuidados de saúde de 730 milhões de euros por ano.

Mais grave é, contudo, a situação nos EUA. De acordo com o Centro para o Controlo e Prevenção de Enfermidades (CDC), o custo da assistência médica da obesidade oscila entre os 59.000 e os 72.000 milhões de euros anuais. Mas há que adicionar os gastos indirectos (desde os dias de trabalho perdidos até aos rendimentos não auferidos por morte ou doença inesperada), sendo que o valor passa a superar os 100.000 milhões de euros. Trata-se de um custo equivalente a uma doença como o tabaquismo. “O efeito a longo prazo sobre a economia não deve ser subestimado”, alerta Julie Gerberding, do CDC.

Em Espanha, nos últimos vinte anos o número de obesos praticamente duplicou, segundo o chamado estudo Dorica. Aproximadamente 15 por cento da população entre os 25 e os 60 anos é afectado pelo problema. A obesidade é responsável por cerca de 28.000 falecimentos por ano, sete vezes mais que os provocados pelos acidentes de tráfico automóvel. Os dados citados pela Sociedad Española para el Estudio de la Obesidad cifram o impacto nos gastos com saúde em mais de 2.500 milhões de euros, o que equivale a 7por cento do total.

Refere o diário La Vanguardia que “em Espanha a obesidade infantiljá afecta 16% das crianças. Temos uma bomba-relógio no sistema”, diz José María Labeaga, investigador da Fedea.

Fonte: Anil

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