Na Madeira a agricultura biológica representa cinco por cento da área cultivável

A agricultura biológica, que não utiliza produtos químicos, representa cinco por cento da área cultivável da Madeira, mas a sua tendência é de crescimento, impulsionada pelo aumento da procura e pelas exportações.

O crescimento da agricultura que não recorre a produtos químicos sintéticos ou alimentos geneticamente modificados – a agricultura biológica – é uma realidade «a nível mundial e a Madeira acompanha essa tendência», disse à Lusa o director de Serviços do Desenvolvimento da Agricultura Biológica, José Carlos Marques.

Entre 2000 e 2007, segundo o levantamento realizado pela Secretaria Regional do Ambiente dos Recursos Naturais (SRARN), a agricultura biológica na Madeira cresceu de 22 para 240 hectares e o número de agricultores passou de 17 para 78 (359 por cento).

Este crescimento significa, segundo a SRARN, que cinco por cento da área de cultivo da Região, ou seja, 250 dos seus cinco mil hectares, está convertida à agricultura biológica.

Pastagens, plantas aromáticas, pousio, frutos frescos e horticulturas são as áreas de culturas em produção biológica na Madeira cuja produção e produtos congregam já interesses de empresas do sector agro-alimentar e da comercialização e a procura por parte da indústria hoteleira. «Há hotéis em que alguns dos segmentos dos seus clientes exigem alimentação à base exclusivamente de produtos derivados da agricultura biológica», revelou o responsável.

A banana, a vinha e a anona são algumas das principais produções da variedade de produtos que a Madeira já produz em matéria de agricultura orgânica.

José Carlos Marques destacou que a agricultura que «recorre muito à informação do passado, mas que aplica uma base científica actual», é muito mais exigente quer do ponto de vista ambiental, quer no da segurança alimentar.

No entanto, «s custos de poluição na agricultura convencional fossem contabilizados, concluiríamos que a agricultura biológica seria muito mais barata», acrescentou.

«Há terrenos de vinha no Estreito de Câmara de Lobos que não são revolvidos há oito anos devido à fertilidade que as técnicas da agricultura biológica possibilitaram e que excluem produtos químicos e sintéticos como os pesticidas», apresenta como exemplo.

As ajudas da União Europeia, que poderão atingir os 65 por cento a fundo perdido no novo quadro comunitário de apoio, os apoios dos serviços técnicos e científicos da SRARN, as parcerias internacionais como as das regiões da Macaronésia (Madeira, Açores, Cabo Verde e Canárias), nomeadamente na criação de uma escola de agricultura biológica, e a proposta de decreto legislativo regional, já aprovada na Assembleia Legislativa, que declara a Madeira zona livre de cultivo de variedades de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e que incentiva a agricultura convencional e biológica são algumas das medidas potenciadoras do crescimento desta área da agronomia na Região.

“A agricultura biológica faz parte da medida de barómetro de qualidade na Região o que significa um estímulo à produção e uma aposta no futuro”, realçou o director regional da Agricultura, Bernardo Araújo, adiantando que os projectos de conversão têm crescido de ano para ano, tendo registado um crescimento médio nos últimos cinco anos de 30 por cento.

Fonte: Confragi

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