Moura: Abate de porcos terminou, faltam resultados finais de análises de mais duas explorações

O abate de dois mil porcos numa exploração pecuária de Moura, Beja, onde foi detectado um foco da doença vesiculosa dos suínos, ficou concluído ontem, mas as autoridades ainda aguardam resultados finais de análises efectuadas noutras duas explorações.

“Já fizemos a testagem de sete explorações de risco, epidemiologicamente ligadas [à afectada], às quais a exploração adquiriu animais”, revelou o coordenador da operação de abate, Pina Fonseca.

O responsável precisou que, em cinco dessas herdades, as análises foram “todas negativas”, enquanto que, nas outras duas, “as questões estão perfeitamente controladas”, mas vão ainda ser “repetidos testes para confirmação”.

“Mas, à partida, nas explorações epidemiologicamente ligadas e consideradas como prioritárias de risco, [as análises] são negativas”, acrescentou.

Pina Fonseca falava aos jornalistas, para fazer o balanço da operação de abate, numa zona próxima da herdade de Santo Aleixo da Restauração (Moura) onde foi detectado o foco da doença, não transmissível ao homem.

Questionado sobre se os testes de confirmação aos animais dessas duas outras herdades seriam para despistar eventuais resultados positivos de análises já efectuadas, Pina Fonseca recusou-se a prestar mais declarações.

No entanto, fonte do ministério da Agricultura, contactada pela agência Lusa, esclareceu que os testes de confirmação “são sempre obrigatórios”, independentemente do resultado de uma primeira análise.

No balanço apresentado aos jornalistas, o coordenador da operação de abate manifestou-se convicto de que o vírus da doença vesiculosa dos suínos foi isolado.

“Foi uma operação extremamente cuidadosa e que obedeceu a uma planificação rigorosa”, afiançou, justificando que o objectivo do abate “imediato dos animais”, sob sequestro depois da detecção do foco, foi “isolar o vírus para evitar o risco de propagação”.

O abate dos porcos da herdade começou terça-feira e envolveu, de acordo com o mesmo responsável, “mais de 30 pessoas”, em representação de sete entidades.

Os serviços de Veterinária e de Agricultura do Alentejo, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA), a Câmara Municipal, os bombeiros, a GNR e a Protecção Civil foram os organismos envolvidos.

Segundo Pina Fonseca, os animais mortos foram “enterrados na própria herdade”, mas “salvaguardando todas as questões de domínio hídrico [linhas de água] das imediações”.

O abate, asseverou, embora não especificando os métodos utilizados, “respeitou todas as normas e legislação comunitária” aplicáveis a estes casos, até para “evitar o sofrimento” dos animais.

O coordenador garantiu que a saúde pública “está salvaguardada”, não existindo “qualquer perigo para as pessoas, quer por contacto directo com os animais, quer por ingestão da carne e de outros produtos derivados dos suínos infectados”.

Pina Fonseca disse ainda que está a decorrer um “inquérito para determinar como é que o vírus, que só atinge suídeos (porcos e javalis), poderá ter chegado à exploração”.

O Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas adiantou à Lusa que vai “pagar” os porcos abatidos ao criador afectado, embora ainda não tenha sido revelada a quantia a atribuir por cada animal.

Fonte: Agroportal

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