Mais de 100 ovelhas mortas por cães

Uma matilha de cães vadios atacou uma quinta, na zona de Cela Velha, Alcobaça, e deixou um rasto de destruição com prejuízos de cerca de 10 mil euros. O proprietário das ovelhas aguarda reunião com a Câmara.

Foi um cenário de horror, o que encontraram, ontem de manhã, Bertolino Querido e a mulher, Cidália, na sua quinta, em Cela Velha, Alcobaça. No interior do curral, nas traseiras do edifício principal, mais de uma centena de ovelhas jazia, sem vida. Uma grande parte – cerca de 70 – eram crias, nascidas há poucos dias.

O ataque foi perpretado por uma matilha de cães vadios que, há algumas semanas, vem atacando outros animais de várias explorações daquela zona.

“Foi uma coisa horrível”, afirmou Cidália ao JN, ainda consternada com a situação, que teve início no domingo. “Nesse dia, encontrámos já algumas ovelhas mortas e esventradas. Mas hoje (ontem) foi o pior”, relatou. O casal iniciou a criação dos animais há apenas dois meses. Alugou a quinta, fez um prado e comprou, em Novembro, 150 ovelhas e, no mês seguinte, mais 62. Muitas vinham prenhes e, nas últimas semanas, nasceram cerca de 90 crias.

“Foi um investimento muito grande que aqui fizemos. E esperávamos começar a vender as ovelhas lá para a altura da Páscoa. Agora, não sabemos o que fazer”, adiantou a mulher. Para além dos animais mortos, dezenas de outros ficaram feridos. Alguns, acredita a proprietária, “acabarão por morrer, de certeza”.

Bertolino Querido solicitou uma reunião à Câmara de Alcobaça que é, no seu entender, quem tem responsabilidade de controlar os cães vadios do concelho.

Na próxima semana, deverá ser recebido pelo vereador responsável pela área.

“Sei que, em termos de indemnização, não devo receber nada. Mas quero ter, pelo menos, a garantia de que os cães não continuarão a atacar”, explicou o proprietário, frisando que, na reunião com o vereador, deverá fazer-se acompanhar de outros criadores queixosos.

“Recuperar de um prejuízo destes vai ser muito complicado, ainda mais com esta situação de crise na agricultura. Mas será ainda mais se não nos derem garantias de que situações destas não voltam a repetir-se”, explicou.

O proprietário contou ainda que tentou accionar o seguro para cobrir os prejuízos, mas não conseguiu. “Disseram-me que, para isso, teriam que ser, pelo menos, 300 ovelhas mortas e todas teriam que ter ‘chips'”, adiantou.

O JN apurou que, durante o dia de ontem, quatro dos cães vadios foram abatidos.

Fonte: Jornal de Notícias

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