Hipers abertos ao domingo representam mais um mês de vendas

O sector da distribuição vai continuar a lutar pela total liberalização da abertura dos hipers aos domingos e feriados à tarde. A lei que está em discussão na Assembleia da República não agrada à direcção da APED. As empresas descobriram nos supers e ‘discouts’ uma forma de abrir sem restrições.

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) não está de acordo com a lei que está a ser discutida no Assembleia da República, que prevê a passagem para as autarquias da decisão de abrir as grandes superfícies comerciais aos domingos e feriados à tarde. José Silva Ferreira, presidente da associação, avançou que a direcção da APED vai continuar a lutar pela “total liberalização” da abertura aos domingos e feriados, cabendo a decisão final do horário às empresas.

Para as empresas o fecho nas tardes de domingos e feriados representa menos um mês de facturação. As contas da APED revelam que a soma das tardes dos domingos e feriados, em que por força da lei as superfícies têm de encerrar a partir das 13.00, “representa um mês de vendas a menos para as empresas”, disse José António Rosseau, director-geral da APED .

A decisão de encerrar aos domingos e feriados à tarde foi tomada há 12 anos, e para as grandes superfícies significou abdicar do segundo melhor dia de vendas. José António Rosseau adiantou que o “sábado é o melhor dia de vendas” , e há 12 anos “os domingos eram o segundo melhor dia” , no negócio das grandes superfícies. António Rosseau não avançou com o volume de vendas que as empresas calculam perder com os encerramentos naquelas tardes.

O encerramento aos domingos e feriados à tarde abrange todas as superfícies com mais de dois mil metros de área de venda, onde estão incluídos os hipermercados e as mega-stores, como a Decathon, Aki, El Corte Inglés e Ikea, entre outras insígnias. Escapam à lei os supermercados e as lojas discount – como o Pingo Doce, Minipreço e Lidl – precisamente os formatos que mais cresceram nos últimos anos, e que assim escapam aos encerramentos aos domingos e feriados à tarde.

Só em 2007, o Minipreço abriu mais 56 lojas, passando a deter um total de 440 unidades, com praticamente o dobro do número de lojas do segundo player – o Pingo Doce, que procedeu à abertura de 21 lojas o ano passado. O Lidl, que ocupa o terceiro lugar em número de lojas, abriu mais 15 unidades, ficando com um total de 197 lojas. Contudo, por volume de vendas o ranking da grande distribuição é liderado pela Sonae Distribuição (Continente, Modelo e Bonjour), e que em 2007 registou um volume de vendas superior a 3,8 mil milhões de euros, seguida da Jerónimo Martins (Feira Nova e Pingo Doce) e que obteve 2,2 mil milhões de vendas, seguindo-se o Auchan (Jumbo e Pão de Açúcar) com 1,2 mil milhões.

No ramo não alimentar, a Worten, da Sonae, lidera com um volume de vendas de 557 milhões, seguindo-se o El Corte Inglés. O grande crescimento nesta área verificou-se no Ikea, com um volume de vendas de 206 milhões, mais 46 por cento do que em 2006, e o aumento deve-se à abertura da segunda loja em Matosinhos.

Por área de venda, o Modelo foi a insígnia que mais cresceu em 2007, passando a gerir 200 mil metros quadrados de área, contra 187 mil metros no ano anterior, seguindo-se o Pingo Doce, que o ano passado ultrapassou os alemães do Lidl, com uma área bruta de 195 mil metros, contra os 172 mil metros de 2006, um aumento de 14 por cento. O Lidl desceu da segunda para a terceira posição, apesar de ter aumentado a área de venda de 176 mil para 194 mil metros quadrados.

Em 2007, as empresas representadas na APED, que agrupa as grandes superfícies comerciais alimentares e não alimentares, registaram um volume de vendas de 12,6 mil milhões de euros. Das 25 empresas analisadas, 18 tiveram um aumento de vendas superior a 10%. O ranking revela que 2007 ficou marcado por terem sido ultrapassados os dois mil pontos de venda e os dois milhões de metros quadrados de área de venda no mercado.

Fonte: Anil

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