Gripe das Aves: Veterinários Municipais Vão Ter “Carta de Princípios”

Os veterinários municipais vão dispor, dentro de uma semana, de uma “Carta de Princípios”, que visa harmonizar os procedimentos e normas exigidas por estes profissionais em termos de biossegurança, face à ameaça da gripe das aves.

A decisão de elaborar esta “Carta de Princípios” foi tomada sábado na Batalha, durante uma reunião da Assembleia Geral da Associação Nacional dos Médicos Veterinários dos Municípios (ANVETEM), e o documento pretende ser um contributo para que a gripe das aves não chegue a Portugal, segundo o presidente da associação, Gabirro Fernandes.

“Com o documento, pretende-se que haja medidas idênticas em todo o país, quanto à criação de aves ao ar livre e venda de aves nos mercados e feiras”, disse Gabirro Fernandes no final da reunião, acrescentando que, na próxima semana, vão ser pedidos alguns esclarecimentos à Direcção-Geral de Veterinária, com vista à elaboração da “Carta de Princípios”.

Entre os pontos que constarão no documento, destacam-se a necessidade de solicitar aos vendedores que juntem ao requerimento de autorização de venda informações sobre o veículo de transportes e memória descritiva das condições de comercialização, bem como o registo do número de aves transportadas para o local de venda, o número de aves vendidas e o número das que sobraram.

Por outro lado, junto das autarquias – ao nível da Junta de Freguesia – os veterinários municipais devem elaborar um cadastro de todos os criadores de aves, para que, “se houver um foco de gripe das aves, se saiba onde estão e se possam indicar as medidas as tomar”, explicou o presidente da ANVENTEM.

Além disso, a ANVENTEM aconselha a criação, por parte dos municípios, de linhas telefónicas dedicadas em exclusivo à recolha e disponibilização de informação sobre a gripe das aves.

Questionado sobre a possibilidade de levantamento da interdição à venda de aves em feiras e mercados de todo o país, com excepção das consideradas zonas de risco – devido às rotas de aves migratórias -, Gabirro Feranandes mostrou-se convicto de que isso acontecerá na maior parte dos casos, “desde que os agentes económicos queiram cumprir com as normas exigidas, que são as condições mínimas”, embora admita que existem locais “muito inadequados”, nomeadamente os que “têm ventos dominantes inapropriados”.

Por último, a ANVENTEM quer ver criados, também a nível municipal, grupos de acompanhamento da gripe das aves, compostos pelo veterinário municipal, a autoridade de saúde e a protecção civil.

Segundo Gabirro Fernandes, todas estas medidas serão importantes para tentar evitar em Portugal “um desastre económico”.

Fonte: Lusa

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