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A União Europeia (UE) prometeu hoje em Pequim 214 milhões de euros para o combate à gripe das aves, com os 25 “preocupados mas não em pânico”, segundo o comissário europeu Markos Kyprianou.
“A Comissão Europeia (CE) está preocupada, mas não em pânico, com a actual situação de disseminação da gripe das aves”, disse Markos Kyprianou, comissário europeu para a Saúde e Defesa do Consumidor, no final da conferência de doadores organizada pela CE, República Popular da China e Banco Mundial.
Do total de 1,9 mil milhões de dólares (1,57 mil milhões de euros) que os países doadores prometeram na conferência, ultrapassando em muito o objectivo inicial de 1,5 mil milhões de dólares que a organização pretendia, a contribuição da UE foi de 214,38 milhões de euros, 100 milhões doados pela CE e o restante composto por doações individuais de 18 países membros.
O Reino Unido, que contribui com 29,350 milhões de euros, França, com 26 milhões de euros e a Alemanha, com 23 milhões de euros, lideram a lista dos 18 doadores da UE, na qual Portugal não se inclui.
O H5N1, a mais perigosa estirpe do vírus da gripe das aves, já se espalhou à Roménia, país que está em processo de adesão à UE e à Turquia, que espera aderir em breve, mas para o comissário Kyprianou, “não é importante a localização geográfica do vírus, porque ele viaja muito rapidamente, o importante é intensificar os esforços para matar pela raiz as novas aparições da doença”.
“Nunca antes a humanidade teve oportunidade de se preparar para uma pandemia antes de ela acontecer de facto, e sabemos o que tem de ser feito,” disse Kyprianou, no discurso proferido na conferência.
O Banco Mundial, com 500 milhões de dólares e os Estados Unidos, com 334 milhões de dólares, lideraram a lista de doadores. O Japão doou 159 milhões de dólares e a China 10 milhões de dólares.
“A primeira prioridade na aplicação deste dinheiro é a construção de infra-estruturas veterinárias robustas, para seja possível detectar a gripe das aves, colocar os animais em quarentena, matá-los e acabar com a doença no início,” disse David Nabarro, coordenador das Nações Unidas para a Gripe das Aves, falando aos jornalistas no final da conferência.
“Está nas nossas mãos fazer o melhor possível com este dinheiro”, disse Nabarro, sublinhando que caso a doença não seja controlada, serão ainda necessários mais recursos e mais dinheiro no futuro.
O coordenador das Nações Unidas, que ressalvou ser ainda demasiado cedo para distribuir as doações, admitiu que os receptores prioritários serão os países asiáticos onde a doença é endémica, como o Vietname, Laos, Camboja, Indonésia e China e países onde o vírus se manifestou mais recentemente, como a Turquia.
O Banco Mundial, que organiza a conferência em conjunto com a Comissão Europeia e com o Governo da República Popular da China, apontou para a necessidade de investir um mínimo de 1,4 mil milhões de dólares nos próximos três anos para lutar contra uma possível disseminação global do H5N1, a mais perigosa estirpe do vírus que causa a gripe das aves.
A conferência de doadores, que teve início na segunda-feira e hoje termina, tem como objectivo avaliar as necessidades financeiras na luta contra a doença ao nível nacional, regional e global, e segue- se à primeira conferência de doadores, que decorreu em Genebra em Novembro do ano passado.
Participam na conferência de Pequim representantes de 90 países e 25 organizações internacionais, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e o Gabinete Internacional de Epizootias (OIE).
Fonte: Lusa
