Gripe das Aves: Infecção em animais pode chegar a Portugal em Julho

A probabilidade de chegarem a Portugal aves infectadas com o vírus H5N1, da gripe das aves, vai aumentar nos meses de Julho e Agosto, quando começam as primeiras migrações de regresso ao território nacional, alertou hoje um especialista.

Durante a sua intervenção no V Congresso de Ornitologia da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), que hoje terminou em Oeiras, o docente e investigador da Escola Superior Agrária de Coimbra David Rodrigues especificou que, embora o grosso das aves migratórias regresse a Portugal no Outono, no Verão começam a chegar “algumas dezenas” de espécies de patos.

A manterem-se os actuais focos de infecção pelo H5N1 em aves na Europa, sobretudo em Franca e na Alemanha, estas aves terão grandes probabilidades, devido à sua rota migratória, de contactarem com o vírus e serem infectadas, pormenorizou o também engenheiro florestal.

“Um pato pode voar mil quilómetros num dia” e cobrir rapidamente a distância entre França e Portugal, exemplificou David Rodrigues, pelo que o país “não está a salvo de registar casos” de H5N1.

O investigador salientou ainda que, apesar da quase inevitabilidade da possibilidade de se registarem casos de gripe das aves em Portugal, há que “sensibilizar a população porque isto não é nenhuma arma biológica” e, “para o cidadão comum, o risco de contrair a gripe é muito pouco”.

Desde Janeiro, o Ministério da Agricultura já realizou 2.164 análises a aves e o resultado foi negativo em todas.

Se para os humanos o impacto de uma eventual pandemia provocada pelo vírus da gripe das aves está já a ser avaliado por várias entidades, o mesmo não tem estado a acontecer relativamente às consequências da doença nas aves selvagens, salientaram alguns especialistas presentes no congresso.

E uma destas está a ser provocada pelo Homem, com o director-executivo da SPEA, Luís Costa, a adiantar à Lusa que tem aumentado junto das várias organizações de conservação de aves selvagens o relato de casos de destruição de ninhos, nomeadamente de andorinhas, e de morte de aves, como os pombos.

Fonte: Agroportal

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